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19/Fev/2021

Tendência de preços firmes do trigo no disponível

Os preços do trigo em grão permanecem firmes no mercado brasileiro, tendo como suporte a baixa disponibilidade interna. Nos últimos dias, nem mesmo a retração da demanda foi o suficiente para derrubar os valores nas regiões produtoras. Os moinhos indicam aumento nos estoques de produto acabado e dificuldades no repasse dos custos maiores da matéria-prima. Assim, as vendas por parte das indústrias alimentícias e do varejo estão lentas. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão subiram 3,9% em Santa Catarina, 1,0% no Rio Grande do Sul e 0,5% no Paraná. No mercado de lotes, os avanços foram de 2,6% no Rio Grande do Sul, de 1,2% em Santa Catarina, de 0,1% no Paraná e de 0,1% em São Paulo. Quanto à próxima safra, apesar de ainda ser precoce estimar o tamanho da produção, a expectativa é de aumento na área, especialmente em propriedades que não conseguirem cultivar milho 2ª safra no período ideal. A projeção da nossa Consultoria é de que a área nacional de trigo deverá crescer 11% em 2021.

As importações estão estimadas em 6,8 milhões de toneladas de trigo entre agosto/2020 e julho/2021, o que deve gerar disponibilidade interna de 13,46 milhões de toneladas. Este volume deve atender a uma demanda doméstica de 11,8 milhões de toneladas. Segundo a Secex, na primeira semana de fevereiro, as compras externas de trigo apresentaram média diária de 22,1 mil toneladas, contra 29,2 mil toneladas em fevereiro de 2020. Os preços de importação registraram média de US$ 243,10 a tonelada FOB, 19,8% acima dos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 203,00 a tonelada). Nos últimos sete dias, as cotações FOB porto de Buenos Aires recuaram 1,1%, para US$ 270,00 a tonelada. Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o contrato Março/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago (CME Group) se desvalorizou 0,7%, para US$ 6,36/bushel (US$ 233,97 a tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter recuou 1,4%, para US$ 6,16/bushel (US$ 226,62 a tonelada) no mesmo comparativo.

Os futuros de trigo foram pressionados pela ampla oferta do cereal russo no mercado. Dados divulgados neste mês pelo USDA indicam que a produção mundial em 2020/2021 deve aumentar 0,1% em relação ao relatório anterior, para 773,435 milhões de toneladas, 1,2% maior que a safra 2019/2020. A elevação ocorreu principalmente devido à maior safra no Cazaquistão, apesar da redução nas estimativas da Argentina, Paquistão e África do Sul. Quanto ao consumo, houve aumento de 1,3% entre as estimativas de janeiro e fevereiro, atingindo 769,320 milhões de toneladas, e relevante alta de 3,0% frente à safra anterior. Esse reajuste se deve ao maior consumo por parte da China, para alimentação animal, e da Índia, para consumo humano, sementes e industrial. Na análise dos estoques mundiais, houve redução de 2,9% frente ao relatório de janeiro, somando 304,2 milhões de toneladas, mas continuam 1,4% acima dos disponíveis na safra 2019/2020 (300,1 milhões de toneladas). Assim, a relação estoque/consumo permanece em queda, caindo de 41,2% para 39,5%. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.