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17/Fev/2021

Preços do trigo estáveis com indústrias retraídas

A comercialização de trigo no mercado interno segue em ritmo lento. No spot, são relatados somente contratos pontuais fechados. A indústria moageira continua retraída dos negócios, administrando estoques alongados e a chegada atrasada de cereal importado. No Rio Grande do Sul, o arrefecimento na demanda levou ao recuo de R$ 50 por tonelada. No Estado, os produtores reduziram as ofertas de R$ 1.500 por tonelada FOB na Serra Gaúcha para R$ 1.450 por tonelada para retirada até 15 de março, buscando liberar espaço para a colheita de soja. Mesmo com a queda do preço e avaliando a oferta como boa, o comprador não fecha o negócio por falta de espaço para armazenar. Os lotes importados ainda estão chegando com atraso, ao mesmo tempo em que o consumo de farinha e derivados está estagnado. Algumas fábricas relatam moagem 30% a 50% abaixo da capacidade.

Outro fator apontado como freio para demanda dos moinhos é a dificuldade de repassar o aumento do custo do cereal para o preço final da farinha em meio à acomodação sazonal no consumo. No Paraná, na região dos Campos Gerais, a negociação avança pouco. Os moinhos oferecem R$ 1.500 por tonelada para entrega imediata e pagamento em 30 dias. Quando o dólar estava próximo dos R$ 5,45, chegaram a indicar R$ 1.510 a R$ 1.520 por tonelada, dependendo do volume. Os compradores mais abastecidos indicam R$ 1.480 por tonelada para entrega em março e pagamento em abril. A maioria dos compradores não tem espaço para entrega imediata. Do lado dos vendedores, só negocia quem está precisando liberar espaço. Quem precisava já vendeu em janeiro e no começo de fevereiro. Os vendedores mais capitalizados pedem entre R$ 1.550 a R$ 1.600 por tonelada FOB nos Campos Gerais, valores pelos quais chegaram a sair negócios na região entre meados e fim de janeiro.

Os dados oficiais de importação ainda não contemplam as chegadas mais recentes dos navios. Entretanto, aproximadamente metade dos line-ups previstos para dezembro foram redirecionados para janeiro e fevereiro, sendo que volume considerável aportou em solo brasileiro nas primeiras semanas deste mês. Em janeiro, o Brasil importou 643,9 mil toneladas de trigo. A maior parte do volume adquirido pela indústria moageira nacional no mês veio da Argentina, com 581,3 mil toneladas. Na comparação com o montante adquirido pelo País em igual mês de 2020, de 648,4 mil toneladas, o volume ficou praticamente estável, com variação negativa de 0,7%. Já o valor desembolsado com as importações foi 22% maior em relação a janeiro do ano passado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.