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03/Fev/2021

Tendência altista para os preços do trigo no Brasil

Os preços do trigo estiveram firmes no mercado brasileiro ao longo de janeiro, mesmo em meio à baixa liquidez. Neste período, de entressafra e de proximidade de planejamento da nova temporada, os vendedores continuam retraídos e à espera de novas altas, já que a oferta de trigo de qualidade é restrita e tem favorecido as valorizações neste começo de ano. Em relação à indústria moageira, parte dos agentes segue adquirindo lotes pontuais de trigo e mostrando dificuldades em repassar os atuais custos do cereal aos derivados, farinhas e farelos. Em janeiro, o preço médio do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) do Paraná foi de R$ 1.409,30 por tonelada, avanços de 7,3% frente ao valor de dezembro/2020 e de expressivos 55% ante ao de janeiro/2020, em termos nominais. No Rio Grande do Sul, a média foi de R$ 1.349,83 por tonelada, altas de 4,6% em um mês e de 67,7% em um ano.

Para São Paulo, a média foi de R$ 1.445,37 por tonelada, valorizações de 10,2% frente à de dezembro/2020 e de 51,1% em relação à de janeiro/2020. Em Santa Catarina, o preço médio do trigo foi de R$ 1.428,46 por tonelada, respectivas elevações de 2,5% e de 60,9%, também em termos nominais. Em janeiro, o dólar se valorizou 5,7% frente ao Real, encerrando o mês a R$ 5,48. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), divulgados no dia 26 de janeiro, indicam que a produção de trigo vendida e/ou consumida na propriedade havia atingido 86,3% do volume previsto, contra 82,4% há um mês (dezembro/2020) e 71,8% há dois meses (novembro/2020), o que evidencia a baixa liquidez em janeiro. Nos últimos sete dias, especificamente, as cotações do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram alta de 4,67% no Paraná, 3,37% no Rio Grande do Sul e 1,04% em Santa Catarina.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os avanços são de 2,93% no Paraná, de 1,61% em Santa Catariana, de 1,54% em São Paulo e de 1,42% no Rio Grande do Sul. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), revisou para cima a estimativa de produção de trigo em 2019/2020. Do cereal, totalmente colhido, a produção apontada é de 3,12 milhões de toneladas, sendo que, em dezembro, estava projetada em 3,067 milhões de toneladas. Em relação à área plantada, tem-se 1,123 milhão de hectares, contra 1,116 milhão de hectares previstos no mês anterior. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de janeiro, as compras externas de trigo apresentavam média diária de 28,2 mil toneladas, um pouco abaixo da de janeiro de 2020 (29,5 mil toneladas diárias). Os preços de importação registram média de US$ 238,00 por tonelada FOB origem, 22,4% acima dos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 194,50 por tonelada)

Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 18 a 22 de janeiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 279,57 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,32, o cereal importado era negociado a R$ 1.488,51 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.428,13 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 261,89 por tonelada, o equivalente a R$ 1.394,36 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.364,24 por tonelada no Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 4,1% nos últimos sete dias, a US$ 278,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Março/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta valorização de 4,5% nos últimos sete dias, a US$ 6,63 por bushel (US$ 243,61 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 4%, a US$ 6,38 por bushel (US$ 234,42 por tonelada) no mesmo comparativo. A valorização dos futuros de trigo norte-americanos está atrelada ao desempenho do milho, principal concorrente na produção de ração. Além disso, a Rússia aprovou o imposto, de 50 euros por tonelada, sobre as exportações de trigo, que entrará em vigor no dia 1º de março. Destaca-se que o país é um dos maiores exportadores globais do cereal. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 21 de janeiro, as exportações norte-americanas (safra 2020/2021) somaram 380,5 mil toneladas, aumento de 15% frente ao reportado no período anterior e 13% acima da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram a China (130 mil toneladas) e o México (67,4 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.