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26/Jan/2021

Tendência de preço firme com dólar e baixa oferta

As cotações de trigo estão firmes no Brasil, influenciadas pela baixa disponibilidade interna e pelo maior interesse, ainda que pontual, de compradores. Além disso, a valorização do dólar também dá suporte aos preços domésticos, à medida que encarece as importações de moinhos que necessitam realizar novas aquisições do cereal. Por outro lado, os futuros negociados na Bolsa de Chicago finalizaram a semana passada em queda, acompanhando o desempenho do milho norte-americano. Na parcial deste mês, o preço médio do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) do Paraná está em R$ 1.393,84 por tonelada, avanços de 6,1% frente ao valor de dezembro/2020 e de expressivos 53,3% ante ao de janeiro/2020, em termos nominais.

No Rio Grande do Sul, a média está em R$ 1.329,20 por tonelada, altas de 3% em um mês e de 65,2% em um ano. Para São Paulo, a média está em R$ 1.427,87 por tonelada, valorização de 8,9% frente à média de dezembro/2020 e de 49,3% em relação à de janeiro/2020. Em Santa Catarina, o preço médio do trigo está em R$ 1.418,71 por tonelada, respectivas elevações de 1,8% e de 59,8%, também em termos nominais. Quanto às negociações, estão lentas. No mercado de balcão (preço pago ao produtor), a sustentação vem da maior intenção de compra por parte das cooperativas, que têm como intuito estimular os produtores a comercializar e, assim, liberar espaço em armazéns para a safra de soja. No mercado de lotes (negociações entre empresas), o vendedor segue retraído, dificultando a aquisição de matéria-prima por parte dos moinhos que necessitam repor estoques.

Dessa forma, nos últimos sete dias, especificamente, as cotações do trigo no mercado de balcão registram alta de 1,17% no Rio Grande do Sul, 0,96% no Paraná e 0,73% em Santa Catarina. No mercado de lotes, os avanços são de 1,95% no Rio Grande do Sul, de 1,1% no Paraná, de 0,37% em Santa Catariana e de 0,24% em São Paulo. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de janeiro, as compras externas de trigo apresentavam média diária de 26,6 mil toneladas, contra 29,5 mil toneladas diárias no mesmo mês de 2020. Os preços de importação registram média de US$ 235,50 por tonelada FOB origem, 21,1% acima dos preços verificados no mesmo período do ano passado (US$ 194,50 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 11 a 15 de janeiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 266,94 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,35, o cereal importado era negociado a R$ 1.430,67 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.407,53 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 249,96 por tonelada, o equivalente a R$ 1.339,71 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.333,45 por tonelada no Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 290,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Março/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta desvalorização de 6,1% nos últimos sete dias, a US$ 6,34 por bushel (US$ 233,14 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra recuo de 4,6% no mesmo período, a US$ 6,13 por bushel (US$ 225,33 por tonelada). A desvalorização dos futuros de trigo norte-americanos está atrelada ao desempenho do milho, principal concorrente na produção de ração. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 14 de janeiro, as exportações norte-americanas (safra 2020/2021) somaram 329,6 mil toneladas, aumento de 49% frente ao reportado no período anterior, mas 7% abaixo da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos foram a Indonésia (105,9 mil toneladas) e o Japão (76,9 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.