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12/Jan/2021

Tendência é de alta dos preços do trigo no Brasil

A comercialização doméstica de trigo está lenta neste início de ano, com negócios envolvendo apenas pequenas quantidades. As atenções de agentes estão voltadas à valorização do dólar, ao consequente encarecimento das compras externas e ao atraso na chegada ao Brasil do cereal importado da Argentina. Neste caso, a Argentina, que se aproxima do final da colheita de uma safra elevada, registrou paralisações e limitações nos embarques de produtos agropecuários. Diante disso, os preços do trigo estão subindo no Brasil. Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram avanço de 3,75% no Paraná, 2,63% no Rio Grande do Sul e 0,45% em Santa Catarina.

No mercado de lotes (negociação entre empresas), os aumentos são de 4,87% em São Paulo, de 2,92% no Paraná, de 1,54% no Rio Grande do Sul e de 0,34% em Santa Catarina. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações brasileiras de trigo em grão somaram 283,5 mil toneladas em dezembro/2020, volume 8,2% inferior ao de novembro/2020 e expressivos 56,4% abaixo do volume de dezembro/2019. Do total importado pelo Brasil no mês passado, 78,1% vieram da Argentina, 15,2%, do Paraguai, 6,6%, do Uruguai e 0,02%, da França. O preço médio da importação foi de US$ 235,97 por tonelada, 4,7% acima do preço de novembro/2020 e 21,7% superior ao de dezembro/2019. Ao se considerar o dólar médio de R$ 5,14 em dezembro/2020, o custo médio da importação foi de R$ 1.213,15 por tonelada FOB, 52,2% a mais que em dezembro/2019.

Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a colheita no país havia atingido 98,4% da área até o dia 7 de janeiro, avanço de 6,5% em relação à semana anterior. A produtividade está acima da esperada em algumas regiões, e a projeção de produção foi elevada de 16,8 milhões de toneladas para 17 milhões de toneladas. Conforme dados do Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires apresentam avanço de 2,6% nos últimos sete dias, a US$ 277,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Março/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta desvalorização de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 6,38 por bushel (US$ 234,70 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra recuo de 1,4%, a US$ 5,94 por bushel (US$ 218,53 por tonelada) no mesmo comparativo.

A desvalorização dos futuros está atrelada ao avanço do dólar frente às principais moedas, que torna as commodities produzidas nos Estados Unidos menos atraentes aos compradores de outros países. Além disso, expectativas de maior área de inverno no país também pressionam as cotações. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 31 de dezembro, as exportações norte-americanas (safra 2020/2021) somaram 275,3 mil toneladas, redução de 47% frente ao reportado no período anterior. Os principais destinos do cereal norte-americano foram Taiwan (82,3 mil toneladas) e a China (55,4 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.