11/Jan/2021
Os preços do trigo foram elevados na temporada 2019/2020. De 2019 para 2020, o preço subiu 70%. É muito difícil para o triticultor ter um ano com margem tão positiva. O que normalmente ele consegue é uma margem mínima e muitas vezes apenas o empate do resultado. Os preços continuaram altos mesmo após a liberação em junho, pelo governo, da importação de trigo de fora dos países do Mercosul sem a Tarifa Externa Comum (TEC). O governo liberou a aquisição de no máximo 750 mil toneladas de trigo dos Estados Unidos sem TEC, a fim de pressionar os preços internos, mas não resolveu. Isso porque no mercado internacional aumentou o consumo de derivados de trigo (com a pandemia) e o preço internacional subiu acima da taxa de câmbio no Brasil. O produtor ditou o preço durante toda a safra 2020.
O atraso no plantio por causa de questões climáticas fez com que maior volume do grão demorasse a chegar ao mercado. O Paraná, por exemplo, começa a ter alguma coisa de trigo em setembro e, em 2020, só teve o grão de outubro para a frente. Outro fator altista foi o fato de o Rio Grande do Sul ter exportado 1 milhão de toneladas, o que contribuiu mais com a escassez interna do grão, aliada à forte demanda por farinha e derivados resultante do isolamento social por causa do novo coronavírus. No auge da safra 2020, em novembro, os preços atingiram patamares entre R$ 1.450 e R$ 1.500 a tonelada. Como base de comparação, no mesmo período de 2019 a tonelada era negociada por R$ 900. Ou seja, de um ano para o outro o trigo se valorizou 70%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.