14/Dez/2020
A negociação do trigo no mercado disponível segue enfraquecida no Paraná e no Rio Grande do Sul. Os recuos recentes do dólar e o fato de que moinhos estão bem abastecidos fazem com que os preços sigam sob pressão no País. O dólar fechou a semana acumulando queda de 1,5%, a quarta seguida de perdas. Em dezembro, o dólar acumula queda de 5,6%. No Paraná, na região dos Campos Gerais, o ritmo de negócios é lento. Ficou praticamente sem interesse de comprador. A referência de compra nominal é de R$ 1.300 por tonelada CIF em Ponta Grossa para entrega em janeiro e fevereiro e pagamento nos mesmos meses. Os vendedores sem necessidade de levantar recursos urgentes ou de liberar espaço nos silos retêm o grão ou ofertam a R$ 1.400 por tonelada. O recuo do dólar e a baixa necessidade de compra influenciaram na fraqueza do mercado. O trigo argentino chega a Paranaguá por R$ 1.500 a R$ 1.510 por tonelada.
No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, saem lotes por R$ 1.250 por tonelada para entrega imediata e pagamento em 30 dias, mesmos níveis da semana passada, mas sem muita necessidade por parte de comprador. Os moinhos, ainda abastecidos, adquirem volumes da mão para a boca. Tem oferta todo dia, mas a preços diferentes dos que comprador quer pagar, de R$ 1.350 a R$ 1.400 por tonelada. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires relatou que a colheita na Argentina está 53,5% concluída, avanço semanal de 13,6 pontos porcentuais e atraso de 7,8 pontos porcentuais na comparação anual. A projeção de colheita foi mantida em 16,8 milhões de toneladas. Segundo a Bolsa, 29% da safra de trigo tem condição boa ou excelente, sem variação ante a semana anterior. Já a parcela da safra em condição ruim ou muito ruim diminuiu de 21% para 17%.
Na Bolsa de Chicago, os futuros de trigo fecharam em alta expressiva na sexta-feira. O mercado foi novamente impulsionado por rumores de que a Rússia pretende adotar um imposto de exportação para conter a inflação de alimentos no país. O trigo seria o grão mais afetado pela medida. A redução das estimativas de estoques globais e domésticos pelo governo norte-americano contribuiu para os ganhos. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu sua previsão para reservas mundiais ao fim de 2020/2021 de 320,5 milhões para 316,5 milhões de toneladas. Além disso, a estimativa para estoques de trigo nos EUA foi reduzida de 23,87 milhões para 23,46 milhões de toneladas. O contrato de trigo para março na CBOT terminou em alta de 18,00 cents (3,02%), a US$ 6,14 por bushel. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.