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08/Dez/2020

Tendência de baixa do trigo com a queda do dólar

As cotações do trigo continuam em queda no mercado interno, pressionadas pelo aumento da oferta do cereal. Muitos produtores brasileiros têm elevado o interesse em comercializar trigo, diante da desvalorização do dólar frente ao Real e do avanço da colheita na Argentina. Do lado da demanda, a aproximação do final de ano e a consequente redução das atividades da indústria moageira fazem com que compradores sigam retraídos, adquirindo apenas o necessário para o curto prazo. Esses agentes também estão atentos às oscilações dos preços externos. Diante disso, a liquidez doméstica está limitada. Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram recuo de 5,06% no Paraná, 0,76% em Santa Catarina e 0,09% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociação entre empresas), as quedas foram de 0,74% em Santa Catarina, de 0,67% no Paraná, de 0,34% em São Paulo e de 0,29% no Rio Grande do Sul.

No Brasil, as atividades de colheita estão praticamente finalizadas. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS indicou que, até o dia 3 de dezembro, a colheita havia atingido 99% da área. Na Argentina, até o dia 2 de dezembro, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a colheita no país havia atingido 39,9% da área, avanço de 9% em relação à semana anterior. Devido às chuvas, os trabalhos de campo se desaceleraram, resultando em atraso de 6,1% frente ao mesmo período de 2019. A projeção de colheita foi mantida em 16,8 milhões de toneladas. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações brasileiras de trigo em grão somaram 308,9 mil toneladas em novembro, volume 39,3% inferior ao de outubro e 30,7% menor que o de novembro/2019. Do total importado pelo Brasil no mês passado, 30,1% vieram da Rússia, 28,3%, dos Estados Unidos, 19,7%, da Argentina, 10,7%, do Canadá, 5,9%, do Paraguai, e 5,4%, do Uruguai. O preço médio da importação foi de US$ 225,40 por tonelada, 1,2% abaixo do preço de outubro/2020, mas 5,4% superior ao de novembro/2019.

O preço médio do trigo importado foi de R$ 1.226,66 por tonelada, FOB, considerando-se o dólar a R$ 5,44 em novembro, 38% a mais que em novembro/2019. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 23 a 27 de novembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 260,75 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,36, o cereal importado era negociado a R$ 1.397,87 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.351,99 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 244,12 por tonelada, o equivalente a R$ 1.308,72 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.343,85 por tonelada no Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram avanço de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 263,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra desvalorização de 5%, a US$ 5,66 por bushel (US$ 208,15 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta recuo de 3,6%, a US$ 5,41 por bushel (US$ 198,88 por tonelada) no mesmo comparativo. A desvalorização dos futuros está atrelada à expectativa de maior oferta mundial, especialmente nos Estados Unidos e no Canadá. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 26 de novembro, as exportações norte-americanas (safra 2020/2021) somaram 446,4 mil toneladas, redução de 44% frente ao reportado no período anterior e 5% acima da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos foram o México (89,4 mil toneladas) e Taiwan (83,1 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.