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01/Dez/2020

Tendência de baixa do trigo com falta de comprador

Os preços do trigo seguem em queda no Paraná e no Rio Grande do Sul, influenciados pela retração compradora. Esses demandantes, atentos à finalização da colheita nestes Estados e à espera de novas desvalorizações do cereal, adquirem apenas pequenos lotes. Além disso, alguns moinhos se mostram abastecidos no curto prazo. Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de balcão (pago ao produtor) registram recuo de 6,2% no Rio Grande do Sul, 3,09% no Paraná e 2,92% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociação entre empresas), as quedas são de 5,93% no Rio Grande do Sul, de 3,86% no Paraná, de 2,88% em São Paulo e de 2,7% em Santa Catarina. Quanto às negociações, seguem lentas no spot.

Para a comercialização antecipada, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) divulgados no dia 24 de novembro indicam que soma 71,8% da produção prevista, o maior patamar dos últimos 15 anos para esse período. A colheita no Paraná foi finalizada e, com a atual adversidade climática, o Deral reduziu as estimativas de produção no estado para 3,052 milhões de toneladas, 17% abaixo do esperado inicialmente, de 3,7 milhões. Apesar disso, essa produção ainda é 43% superior à de 2019. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS indicou que, até o dia 26 de novembro, 98% da área havia sido colhida. As atividades foram favorecidas pelo clima. Destaca-se que, nas regiões de Passo Fundo e Santa Maria, os grãos apresentam ótima qualidade. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de novembro, as compras externas de trigo apresentavam média diária de 15 mil toneladas, contra 22,3 mil toneladas diárias no mesmo mês de 2019.

Os preços de importação registram média de US$ 218,30 por tonelada FOB origem, 2,1% acima dos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 213,80 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 16 a 20 de novembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 260,38 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,35, o cereal importado era negociado a R$ 1.395,17 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.403,45 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 243,77 por tonelada, o equivalente a R$ 1.306,17 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.434,36 por tonelada no Rio Grande do Sul.

Para suprir as necessidades do mercado interno e aliviar a indústria moageira, a Câmara Brasileira de Comércio Exterior (Camex) renovou a cota para importação para mais 750 mil toneladas de trigo de fora do Mercosul isenta do pagamento da Tarifa Externa Comum (TEC), que seria de 10%. As compras podem ser realizadas de 18 de novembro de 2020 a 17 de novembro de 2021. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram avanço de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 261,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta valorização de 0,5% nos últimos sete dias, a US$ 5,96 por bushel (US$ 219,18 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 2% no mesmo período, a US$ 5,61 por bushel (US$ 206,32 por tonelada). A valorização dos futuros está atrelada à sinalização de demanda externa mais aquecida, acima das expectativas de mercado. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na semana encerrada em 19 de novembro, as exportações norte-americanas (safra 2020/2021) somaram 795,7 mil toneladas (o maior do ano comercial), compensando o baixo desempenho da semana anterior. Este volume representa aumento expressivo de 313% frente ao reportado no período anterior e está 74% acima da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos foram a China (333 mil toneladas) e o Japão (109,9 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.