ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

30/Nov/2020

Preços do trigo estão cedendo com queda do dólar

Os preços do trigo no Paraná e no Rio Grande do Sul seguem em queda. À medida que surgem mais ofertas com a finalização da colheita paranaense e o avanço dos trabalhos de campo no Rio Grande do Sul, moinhos estão ficando mais abastecidos e reduzindo propostas, comprando apenas para suprir necessidades pontuais. No Rio Grande do Sul, a negociação ocorre da mão para a boca. Os preços vêm cedendo com a menor demanda. Os moinhos não querem comprar e o preço está caindo. Empresas oferecem R$ 1.320 a R$ 1.350 por tonelada posto em Caxias do Sul e Canoas, para entrega imediata e pagamento em 30 dias. Os preços estão R$ 50 por tonelada abaixo da semana anterior. Para retirada no interior do Estado, saem negócios pequenos por R$ 1.280 por tonelada. Além da chegada do trigo argentino, os moinhos estão com dificuldade de repassar a alta do custo da matéria-prima. O trigo argentino já está disponível dentro de Porto Alegre, com uma qualidade melhor, e tem a questão da falta de venda de farinha por parte dos moinhos. E a safra já foi 90% colhida.

Contudo, o farelo de trigo, usado para ração ainda vem sendo negociado a preços firmes, a R$ 1.330 por tonelada FOB na região de Santa Maria e R$ 1.350 por tonelada CIF na região de Caxias do Sul, com embarque imediato e pagamento em 21 dias. O insumo tem sido usado com substituto do milho na ração. Na região de Passo Fundo, saem negócios para cumprir necessidade pontual de moinhos a R$ 1.250 por tonelada, para retirada imediata e pagamento sobre rodas, ante R$ 1.300 por tonelada na semana anterior. Foram reportados por produtores algumas renegociações de contratos para preços mais altos. Ainda assim, agora a disponibilidade aumentou. Com o avanço da colheita, há bastante oferta. Os moinhos estão na zona de conforto. As cooperativas estão recebendo trigo e repassando. Os moinhos também têm os contratos fechados direto com produtores, e este é o mês de maior volume de entregas. Ainda há áreas a serem colhidas em Lagoa Vermelha, Esmeralda, Vacaria, onde os trabalhos de campo se intensificam no início de dezembro.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, a negociação segue lenta. Os compradores indicam R$ 1.350 a R$ 1.360 por tonelada CIF Ponta Grossa ou R$ 1.380 a R$ 1.390 por tonelada CIF em Curitiba, com entrega imediata e pagamento em 30 dias. Alguns negócios pontuais, dependendo da necessidade do comprador e da localização dos lotes, saíram no FOB nos Campos Gerais a R$ 1.360 por tonelada, com retirada imediata e pagamento em 30 dias, ou R$ 1.400 por tonelada, com retirada imediata, só que com pagamento entre o fim de janeiro e fevereiro. Os preços estão R$ 50 por tonelada abaixo das referências nominais da semana anterior, quando o mercado já estava esvaziado. Alguns vendedores buscam os níveis de R$ 1.500 a R$ 1.520 por tonelada, valores pelos quais rodaram os últimos negócios expressivos no começo do mês.

Há moinhos que estão carregando volumes comprados a R$ 1.500 por tonelada. O trigo argentino está chegando a R$ 1.520 por tonelada nos moinhos paranaenses. Na Bolsa de Chicago, os futuros de trigo fecharam em alta na sexta-feira (27/11). O impulso veio da sinalização de demanda externa aquecida, com os dados de vendas semanais tendo superado as estimativas de analistas. Levantamento publicado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mostrou que exportadores do país venderam 795,7 mil toneladas de trigo na semana encerrada em 19 de novembro. O volume é bem maior que o reportado na semana anterior, sendo também 74% acima da média das últimas quatro semanas e superando, ainda, as vendas de soja do país na semana, que ficaram em 768,1 mil toneladas. Além disso, a quantidade comercializada é o dobro do teto projetado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.