26/Nov/2020

Durante o 27º Congresso Internacional da Indústria de Trigo, a Bunge afirmou que o setor de trigo enfrentou uma situação turbulenta em 2020. O mercado internacional de trigo em dólares subiu 30%. O preço do cereal subiu de US$ 200,00 por tonelada FOB para US$ 260,00 por tonelada FOB neste ano. Nesse período, houve algumas intempéries climáticas, que acabaram mexendo com a produção de países produtores e exportadores importantes. A Argentina, maior fornecedor do Brasil, tinha previsão inicial de produção de 23 milhões de toneladas e agora está colhendo em torno de 17 milhões de toneladas, em virtude das perdas por seca nas regiões central e norte do país. Uma preocupação neste momento é que o trigo no Hemisfério Norte, nos Estados Unidos, na Ucrânia e na Rússia, foi plantado sob condições de umidade baixa.

Só será conhecido o real percentual de germinação a partir de março quando a cultura sair da dormência. Além disso, há a ameaça climática do fenômeno La Niña, com risco de clima seco para a Região Sul do Brasil e na Argentina, que pode afetar a safra de soja e milho. Qualquer problema que acontecer nesses dois grãos vai carregar o trigo. O trigo é destinado 40% para ração, e nisso compete diretamente com soja e milho. Os preços de trigo para a safra 2020/2021, pelo menos no primeiro semestre, pode ficar acima de US$ 300,00 por tonelada FOB no caso de qualquer problema climático no Brasil ou um problema maior no Hemisfério Norte.

Em virtude da situação econômica da Argentina, a melhor opção para o produtor argentino agora é não vender trigo. Além da alta de 30% do preço do trigo em dólar, houve um aumento de 30% do custo da matéria-prima em decorrência da valorização do dólar ante o Real. A indústria de moagem teve um aumento de custo de 60% em 2020. Parte desse aumento de custo não foi repassada para o cliente final. É uma preocupação do setor que deverá ser administrada nos próximos meses. Entretanto, os moinhos terão oportunidades de compra no mercado doméstico. Nos últimos 10 dias, observou-se uma volatilidade de câmbio, e isso jogou os preços um pouco para baixo. Os moinhos locais ainda vão ter oportunidade de trigo nacional. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.