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24/Nov/2020

Tendência de preços sustentados para trigo grãos

A colheita da safra de trigo de 2020 está praticamente finalizada no Paraná e no Rio Grande do Sul. Dessa forma, a atenção dos produtores se volta agora à comercialização do cereal e ao cumprimento dos contratos a termo realizados em períodos anteriores. Ressalta-se que, apesar do enfraquecimento dos preços nas principais regiões produtoras nas últimas semanas, as cotações médias seguem operando em patamares elevados. Na parcial deste mês, o preço médio do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) do Paraná está em R$ 1.424,18 por tonelada, avanço de 11% frente ao preço médio de outubro. No Rio Grande do Sul, a média está em R$ 1.442,52 por tonelada, alta de 18,5% em relação ao mês anterior, voltando, portanto, a ficar acima da média registrada no Paraná. Esse cenário é atípico, tendo em vista que, historicamente, os preços no Paraná superam os do Rio Grande do Sul.

Levando-se em consideração a série histórica do Cepea, iniciada em 2004, foram poucas as vezes em que o preço do Rio Grande do Sul superou o do Paraná (sendo entre setembro e outubro de 2004; em setembro de 2015; em setembro e outubro de 2017 e em agosto e setembro de 2020). Nos últimos sete dias, especificamente, os preços do trigo no mercado de balcão registram recuo de 4,34% no Rio Grande do Sul, 1,2% em Santa Catarina e 0,21% no Paraná. No mercado de lotes, as quedas são de 2,38% em São Paulo, de 1,7% no Rio Grande do Sul, de 0,99% em Santa Catarina e de 0,51% no Paraná. As desvalorizações do dólar e do cereal no mercado externo têm elevado o interesse de compradores brasileiros pela importação. Segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de novembro, foram importadas 179,4 mil toneladas de trigo. A média diária é de 19,39 mil toneladas, contra 22,3 mil toneladas diárias no mesmo mês de 2019. Os preços de importação registram média de US$ 215,90 por tonelada FOB origem, 1% acima dos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 213,80 por tonelada).

Tomando-se como base dados da Companha de Comércio Exterior (Conab), nos últimos sete dias, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina é de US$ 260,10 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,38, o cereal importado é negociado a R$ 1.401,74 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, tem média de R$ 1.422,72 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 243,52 por tonelada, o equivalente a R$ 1.312,38 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.458,45 por tonelada no Rio Grande do Sul. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que, até o dia 16 de novembro, a colheita no Paraná havia sido praticamente finalizada. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS indicou que, até o dia 19 de novembro, 97% da área cultivada já havia sido colhida (contra 92% no mesmo período da safra anterior). As atividades foram favorecidas pelo clima. Destaca-se que, nas regiões de Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí e Soledade, os grãos apresentam ótima qualidade.

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 1,9% nos últimos sete dias, a US$ 260,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta desvalorização de 0,04%, a US$ 5,93 por bushel (US$ 217,98 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra recuo de 0,3%, a US$ 550,25 por bushel (US$ 202,18 por tonelada). A desvalorização dos futuros está atrelada aos dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostrando menor desempenho das exportações norte-americanas. Segundo o USDA, na semana encerrada em 12 de novembro, as exportações norte-americanas da safra 2020/2021 somaram 192,4 mil toneladas (o menor do ano comercial), 32% a menos que o reportado no período anterior e 62% abaixo da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram a China (125 mil toneladas) e o México (28,7 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.