23/Nov/2020
O trigo da Austrália pode alterar o quadro atual de exportações, com o país prestes a dobrar para cerca de 29 milhões de toneladas sua produção. Isso significaria potencial para também dobrar as exportações australianas do cereal, para 19 milhões de toneladas em 2020/2021, como apontou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Se o trigo australiano se tornar competitivo na Ásia no início de 2021, a demanda pelo cereal russo poderá diminuir.
Isso torna menos provável a escassez na Rússia, ou a commodity russa pode ser canalizada para regiões geograficamente mais próximas da União Europeia (UE). Isso pode ter um impacto direto sobre a União Europeia, já que a China é um bom cliente. Do início da safra em julho até meados de novembro, a China comprou 1,15 milhão de toneladas de trigo mole, representando 13,5% das exportações da União Europeia, tornando-se o segundo comprador depois da Argélia, que comprou 1,66 milhão de toneladas. No entanto, não está claro se a Austrália conseguirá ampliar o mercado.
Por um lado, consumidores tradicionais, como a Indonésia, consolidaram suas relações comerciais na região do Mar Negro. Além disso, existem disputas políticas com a China, sobre questões como a origem da pandemia do novo coronavírus. Há, ainda, acusações contra fornecedores australianos de cevada, que estariam praticando dumping. A China já parou de importar vários produtos australianos e o trigo poderá ser o próximo em breve. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.