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10/Nov/2020

Tendência de alta do trigo e negociação é pontual

A colheita de trigo está na reta final nos principais estados produtores, e as cotações domésticas do cereal seguem apresentando consecutivas altas. Esses avanços estão atrelados à retração de vendedores, que estão à espera de novos aumentos nos valores. Os preços recordes do milho também dão sustentação às cotações do trigo, uma vez que são substitutos em ração animal. Nesse cenário, agentes da indústria moageira relatam dificuldades no repasse dos elevados custos do trigo aos derivados. Com isso, o fechamento de novos negócios tem sido pontual. Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de balcão registram alta 6,67% no Rio Grande do Sul, 2,78% em Santa Catarina e 1,88% no Paraná. No mercado de lotes, os avanços são de 5,42% no Rio Grande do Sul, de 3,43% em Santa Catarina, de 3,02% no Paraná e de 1,34% em São Paulo.

Os valores do trigo em países fornecedores do Brasil também estão aumentando, e a taxa de câmbio elevada encarece as importações. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações brasileiras de trigo em grão somaram 508,6 mil toneladas em outubro, volume 9% superior ao de setembro, mas 16,2% a menos que em outubro/2019. Do total importado pelo Brasil no mês passado, 36,5% vieram da Argentina, 33,7%, dos Estados Unidos, 16,8%, do Uruguai, 9%, da Rússia e 4%, do Paraguai. O preço médio da importação foi de US$ 228,09 por tonelada em outubro, 3,2% acima do preço médio de setembro/2020, porém, 0,1% inferior ao de outubro/2019. Considerando-se o dólar a R$ 5,63 em outubro, o trigo importado teve média de R$ 1.283,94 por tonelada, FOB, alta de 37,7% em relação ao de outubro/2019.

Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 26 a 30 de outubro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 259,28 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio desse período, de R$ 5,71, o cereal importado era negociado a R$ 1.481,29 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.391,20 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 242,87 por tonelada, o equivalente a R$ 1.387,53 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.340,43 por tonelada no Rio Grande do Sul. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS indicou que, até o dia 5 de novembro, a colheita no Estado atingiu 78% da área, contra 65% no mesmo período de 2019. Chuvas esparsas em algumas regiões durante a semana não prejudicaram o avanço da colheita.

Das lavouras implantadas, 17% estão em maturação e 5%, em enchimento de grãos. Destaca-se que, na regional de Santa Rosa, 93% da área foi colhida e a produtividade média está em 1.545 quilos por hectare, redução de quase 50% em relação ao ano passado. Apesar das perdas, a qualidade dos grãos colhidos é satisfatória, com pH entre 76 e 82. Na Argentina, conforme a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita do trigo atingiu 8,7% da área nacional, avanço quinzenal de 2,7%. Os primeiros lotes colhidos na faixa central da área agrícola apresentam rendimento médio de 940 quilos por hectare. Das lavouras implantadas, 44% estão em condições normais, 42%, de regular a ruins e 14%, de excelente a boas. Em relação às condições hídricas, 62% estão em ótima situação e 38%, de regular a seco. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires se mantêm estáveis nos últimos sete dias, a US$ 256,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra alta de 0,6% nos últimos sete dias, a US$ 6,02 por bushel (US$ 221,20 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta avanço de 2,6%, a US$ 5,55 por bushel (US$ 204,02 por tonelada). A valorização dos futuros está atrelada à perspectiva de forte demanda e, também, à possibilidade de restrição na oferta, devido ao tempo seco e a reduções nas estimativas de estoques. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que, na semana encerrada em 29 de outubro, as exportações norte-americanas somaram 597,1 mil toneladas (safra 2020/2021), 20% a menos que o reportado no período anterior, mas 10% acima da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram Taiwan (88,6 mil toneladas) e Coreia do Sul (86,3 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.