ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

03/Nov/2020

Tendência de preços firmes para o trigo no Brasil

Os preços de trigo estão em alta no Rio Grande do Sul e no Paraná, apesar do avanço da colheita nos dois Estados. Fatores como a valorização do dólar, a quebra de safra na Argentina, a alta do milho e a retração de vendedores dão sustentação às cotações. Os moinhos seguem adquirindo lotes pontualmente diante da dificuldade de repasse do custo mais alto para a farinha. No Paraná, na região dos Campos Gerais, há registro de negócios entre R$ 1.530,00 e R$ 1.550,00 por tonelada, para entrega imediata e pagamento em 35 a 40 dias, mas as indicações recuaram para R$ 1.500,00 por tonelada. Os compradores reclamam da dificuldade de repassar a alta dos preços do cereal para a farinha, e as cotações locais se aproximam do valor pelo qual chegaria trigo argentino ao Paraná, R$ 1.600,00 por tonelada.

Muitos vendedores, contudo, já buscam entre R$ 1.500,00 e R$ 1.550,00 por tonelada FOB. A sustentação das cotações do cereal vem da alta do dólar ante o Real, da quebra da safra argentina e do risco de chuva na colheita no país vizinho, além dos rendimentos menores do que o esperado em algumas regiões do Paraná devido a problemas climáticos. Somado a isso, os vendedores estão capitalizados, o que reduz a pressa de negociar, uma vez que já desovaram quase a totalidade de soja e milho e não falta espaço em armazéns. O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab), reduziu a sua estimativa para a safra 2019/2020 de 3,322 milhões de toneladas para 3,127 milhões de toneladas.

Houve corte na previsão de produtividade de 2.982 quilos por hectare para 2.798 quilos por hectare, ainda que a área plantada tenha sido revisada para cima, de 1,114 milhão de hectares para 1,117 milhão de hectares. O percentual de trigo já negociado atingiu 47%, ante 29% um mês atrás. A colheita da safra 2019/2020 alcança 90% da área no Estado, avanço de 6% em uma semana. No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, há registro de negócios entre R$ 1.350,00 e R$ 1.380,00 por tonelada, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, ante R$ 1.280,00 e R$ 1.300,00 por tonelada na semana anterior. Há produtores, entretanto, buscando R$ 1.500,00 por tonelada para negociar novos lotes. O balizador do trigo é o milho.

A colheita do trigo deve se intensificar nesta semana no Estado, e os grãos vêm apresentando boa qualidade, embora também no Rio Grande do Sul a produtividade tenha sido prejudicada por clima desfavorável. Por outro lado, as vendas de farinha se enfraqueceram, e moinhos enfrentam dificuldade de repasse das elevações recentes do cereal. Há interesse de compra também entre R$ 1.420,00 e R$ 1.440,00 por tonelada, para retirada imediata e pagamento de 60 a 90 dias, porém os vendedores têm preferido o prazo mais curto para negociar. Segundo a Emater-RS, a ausência de chuvas durante mais uma semana favoreceu a colheita do trigo no Rio Grande do Sul, que chegou a 60% da área, equivalente a 550 mil hectares. A falta de umidade também acelerou o ciclo da cultura. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.