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27/Out/2020

Tendência de alta com a retração dos produtores

A colheita da nova safra de trigo caminha para o fim no Paraná, maior estado produtor do País, e, no Rio Grande do Sul, se aproxima de 1/3 da área. Apesar disso, os valores do trigo e dos derivados continuam avançando no Brasil, influenciados, especialmente, pela retração das vendas por parte de produtores. Além disso, o fortalecimento dos futuros no mercado externo e a quebra de safra na Argentina também estão sustentando as cotações no Brasil. Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de balcão registram alta de 6,68% no Rio Grande do Sul, 4,88% em Santa Catarina e 4,71% no Paraná. No mercado de lotes, os avanços são de 5,24% em São Paulo, de 4,92% no Rio Grande do Sul, de 4,67% no Paraná e de 3,2% em Santa Catarina. Há baixa fixação de trigo no mercado interno, devido à resistência de venda por parte dos produtores.

Além disso, os agentes indicam que os preços do cereal em São Paulo estão acompanhando as altas cotações do milho paulista, visto que são substitutos diretos e/ou complementares em alguns mercados, tanto alimentício quanto em ração animal. Na parcial de outubro, o valor médio do trigo no mercado disponível (negociações entre empresas) no Paraná está em R$ 1.249,56 por tonelada, aumento expressivo de 7,8% frente ao de setembro. Em São Paulo, a média está em R$ 1.255,40 por tonelada, crescimento de 6,7% no mesmo comparativo. No Rio Grande do Sul, a média está em R$ 1.178,18 por tonelada, com queda de 1,7% em relação ao mês anterior. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a área colhida até o dia 19 de outubro havia atingido 84% no Paraná, cujas atividades tinham sido favorecidas pelo clima mais seco. A maior parte do volume colhido apresenta boa qualidade e aptidão para panificação. Das lavouras que ainda estão no campo, 66% estavam em maturação, 32%, em frutificação e 2%, em floração, sendo que, do total a ser colhido, 79% apresentavam boas condições, 19%, médias e 2%, ruins.

Segundo a Emater-RS, até o dia 22 de outubro, o tempo seco e as elevadas temperaturas favoreceram a maturação e o avanço da colheita no Rio Grande do Sul, atingindo 31% da área prevista, contra 20% no mesmo período do ano anterior. Das lavouras implantadas, 45% estão em maturação, 23%, em enchimento de grãos e 1% está em floração. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, na Argentina, as adversidades climáticas (secas e geadas) que atingiram o centro e o norte da área agrícola do país nos últimos meses resultaram em redução na estimativa de produção de trigo, que foi para 16,8 milhões de toneladas (700 mil toneladas a menos que no último relatório). Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de outubro, as compras externas de trigo apresentavam média diária de 6,3 mil toneladas, semelhante ao registrado no mesmo mês de 2019.

Os preços de importação registram média de US$ 228,30 por tonelada FOB origem, 0,02% abaixo dos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 228,40 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 12 a 16 de outubro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 249,90 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,59, o cereal importado era negociado a R$ 1.398,98 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.254,09 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 233,97 por tonelada, o equivalente a R$ 1.309,77 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.171,04 por tonelada no Estado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no porto de Buenos Aires registram recuo de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 254,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago (CME Group) apresenta valorização de 1,2% nos últimos sete dias, a US$ 6,32 por bushel (US$ 232,50 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 2%, a US$ 5,69 por bushel (US$ 209,35 por tonelada). A valorização dos futuros está atrelada a um possível aumento na demanda internacional, principalmente por parte do Egito e da China. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que, na semana encerrada em 15 de outubro, as exportações norte-americanas somaram 367,5 mil toneladas (safra 2020/2021), 31% a menos que o reportado no período anterior e 23% abaixo da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram o México (192,8 mil toneladas) e a Nigéria (60,6 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.