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26/Out/2020

Preços do trigo firmes com dólar alto e as quebras

A negociação de trigo evolui conforme a necessidade de moinhos, com a colheita adiantada no Paraná e engrenando no Rio Grande do Sul. No Paraná, a colheita da safra 2020 alcança 84% da área plantada, avanço de 5 pontos porcentuais em uma semana. No Rio Grande do Sul, mais de 30% da área está colhida. O tempo seco e as altas temperaturas favoreceram a maturação e colaboraram com o avanço da colheita. Ainda assim, muitos vendedores estão capitalizados e sem necessidade de comercializar o cereal para liberar armazéns, por isso buscam valores mais altos do que os indicados no spot. No Paraná, saem negócios pontuais por R$ 1.300 a R$ 1.350 por tonelada para entrega imediata e pagamento em 30 dias em moinhos dos Campos Gerais e do norte do Paraná. Alguns vendedores, contudo, buscam valores mais altos, na faixa de R$ 1.400 por tonelada.

Os produtores estão acelerando a colheita enquanto as chuvas não se regularizam no Estado. Contudo, não há pressão de venda, porque produtor está capitalizado. Além disso, como já negociou quase toda a safra de soja e milho, não tem necessidade de vendas para liberar espaço em armazéns. Os preços seguem sustentados por dólar e futuros fortalecidos e pela quebra de safra na Argentina. Do lado dos compradores, há situações diversas. Tem moinhos bem comprados, que adquiriram trigo antecipado e estão tranquilos, mas alguns que estão com estoque mais curto compram da mão para a boca. Os moinhos gaúchos chegaram a buscar trigo no Paraná, mas tendem a diminuir à medida que avança a colheita no Estado. Na região de Passo Fundo (RS), saem negócios por R$ 1.350 por tonelada para retirada imediata e pagamento em 30 dias.

Alguns produtores, contudo, pedem R$ 1.400 a R$ 1.450 por tonelada. Contudo, esses valores ainda não são aceitos por moinhos, que preferem aguardar para ver se um maior volume colhido fará com que os preços cedam. Enquanto isso, a farinha argentina chegaria ao Estado a R$ 1.270 por tonelada. A colheita está avançando. É um ano de trigo de excelente qualidade, mas com baixa produtividade. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a previsão de produção de trigo da Argentina em 2020 para 16,8 milhões de toneladas, queda de 700 mil toneladas em relação ao relatório anterior. De acordo com a bolsa, apesar da fase avançada de desenvolvimento das plantações, e expectativa de baixo rendimento na colheita na região central do país, o clima pode favorecer as lavouras do sul.

As precipitações nos últimos 15 dias continuaram a fornecer umidade para o desenvolvimento do cereal e manter uma boa expectativa de colheita na região. A produção brasileira de trigo deve atingir 6,4 milhões de toneladas - sendo 3,2 milhões de toneladas do Paraná e 2,3 milhões de toneladas do Rio Grande do Sul -, com importações de 7,0 milhões de toneladas, consumo doméstico de 12,5 milhões de toneladas, exportações de 1 milhão de toneladas e estoques finais restritos, de 400 mil toneladas. Os preços internos devem seguir firmes, mesmo com a colheita adiantada no Paraná, que já retirou 80% do cereal do campo, e no Rio Grande do Sul em bom ritmo. Isso porque os estoques internos estão baixos e os preços fortalecidos no mercado externo, o que favorece exportações e inibe importações. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.