23/Out/2020

O mercado global de trigo deverá ter um equilíbrio de oferta e demanda na safra 2020/2021, mesmo com produção e estoques maiores. Com isso, as cotações internacionais da commodity devem seguir sustentadas. Grandes estoques de trigo estarão concentrados na China e Índia, que não participam do mercado exportador de trigo. A China, principalmente, deve continuar figurando como grande importador do cereal, com compras previstas em 7,5 milhões de toneladas na safra 2020/2021. De outro lado, importantes exportadores, como Rússia, Austrália e União Europeia, devem ter crescimento tanto na safra quanto de exportação, embora menos do que o que seria necessário para atender à aquecida demanda global pós-pandemia.

Essa situação dá suporte aos preços internacionais. Outro ponto de atenção é a situação na Argentina, cuja safra está enfrentando um volume pluviométrico 40% menor em razão do fenômeno climático La Niña, que costuma trazer menos chuva tanto para o país vizinho quanto para a Região Sul do Brasil. A preocupação com o clima existe na Argentina e a Bolsa de Rosário inclusive já reajustou para baixo a previsão de safra. Nos Estados Unidos, igualmente, o clima está com um padrão seco, o que também pode afetar a produtividade do cereal. Na União Europeia, as chuvas têm sido constantes, e podem preocupar, neste caso, pelo excesso.

A Austrália, ao contrário, deve mais do que dobrar a produção porque neste ano enfrenta boas condições climáticas, ao contrário do ano-safra passado. Rússia, Austrália e Brasil devem produzir mais trigo nesta temporada, e União Europeia, Estados Unidos e Argentina, menos. No Brasil, os preços internos devem seguir firmes, mesmo com a colheita adiantada no Paraná, que já retirou 80% do cereal do campo, e no Rio Grande do Sul em bom ritmo. Isso porque os estoques internos estão baixos e os preços fortalecidos no mercado externo, o que favorece exportações e inibe importações. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.