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06/Out/2020

Tendência de preços firmes para o trigo no Brasil

A colheita de trigo avança no Paraná, mas os preços do cereal estão firmes. No Rio Grande do Sul, os valores seguem enfraquecidos. Diante disso, neste início de outubro, as cotações médias no Estado voltaram a ficar abaixo das verificadas no Paraná. Cale lembrar que, de forma atípica, o mercado do Rio Grande do Sul operou acima do Paraná entre agosto e setembro. Na parcial de outubro, o preço médio do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) do Paraná está em R$ 1.186,86 por tonelada, ao passo que no Rio Grande do Sul está em R$ 1.119,44 por tonelada. Em setembro, as respectivas médias no mercado disponível são de R$ 1.158,64 por tonelada (queda de 4,4% em relação à média de agosto) e de R$ 1.198,40 por tonelada (baixa de 3%). Quanto às negociações, estão lentas. No Paraná, os agentes estão atentos ao dólar elevado e ao clima seco, que tem aumentado a preocupação de produtores quanto à qualidade do cereal.

No Rio Grande do Sul, a disponibilidade de trigo segue baixa, e o início da colheita no estado deve movimentar as negociações nas próximas semanas. Nos últimos sete dias, especificamente, as cotações do trigo no mercado de balcão registram avanço de 2,3% no Rio Grande do Sul, 2,26% no Paraná e 0,44% em Santa Catarina. No mercado de lotes, os avanços são de 1,3% em São Paulo, de 0,66% no Paraná e de 0,48% em Santa Catariana. No Rio Grande do Sul, os preços apresentam recuo de 1,93%. Em relação ao dólar, a valorização é de 2% no mesmo período. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita no Paraná atingiu 63% da área prevista, o equivalente a 699,1 hectares. Até o dia 29 de setembro, 51% das lavouras do Paraná estavam em maturação, 39%, em frutificação, 8%, em floração e 2%, em desenvolvimento vegetativo. Do total semeado, 68% apresentavam boas condições, 27%, médias e 6%, ruins.

Segundo a Emater-RS, no Rio Grande do Sul, a colheita chegou a 1% da área prevista até o dia 1º de outubro, contra 2% no mesmo período do ano anterior. Das lavouras implantadas, 55% estão em enchimento de grãos, 22%, em maturação, 20%, em floração e 2%, em germinação/desenvolvimento vegetativo. Destaca-se que, na regional Santa Rosa, a colheita já começou, mas os grãos registraram pH abaixo de 78, considerado de baixa qualidade. Na Argentina, a ocorrência de chuvas aliviou a situação de algumas regiões produtoras. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, das lavouras implantadas, 46% apresentam condição normal, 46%, de regular a ruim e 8%, de excelente a boa. Em relação às condições hídricas, 58% estão em situação de ótima a adequada (aumento de 17% em relação à semana anterior) e 54%, de regular a seco. Apesar do registro de chuvas em algumas regiões da área agrícola, geadas em Córdoba, Santa Fé e Núcleo Norte e Núcleo Sul prejudicaram o crescimento do cereal nestas lavouras.

De acordo com os dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram importadas 470,1 mil toneladas de trigo em setembro, contra 492,6 mil toneladas em setembro/2019. Em relação ao preço de importação, a média de setembro/2020 esteve em US$ 221,00 por tonelada FOB origem, 5% abaixo da registrada no mesmo mês de 2019 (de US$ 232,70 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 21 a 25 de setembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 248,78 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,51, o cereal importado era negociado a R$ 1.370,48 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.152,03 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 232,87 por tonelada, o equivalente a R$ 1.282,83 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.183,82 por tonelada no Rio Grande do Sul. De acordo com dados do Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no porto de Buenos Aires registram alta de 1,6% nos últimos sete dias, a US$ 253,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta valorização de 5,3% nos últimos sete dias, a US$ 5,73 por bushel (US$ 210,63 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta avanço de 7,2%, a US 5,09 por bushel (US$ 187,21 por tonelada). O aumento está atrelado ao relatório trimestral de estoques do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que reduziu os dados sobre as reservas domésticas de trigo em 58,76 milhões de toneladas, contra 63,85 milhões de toneladas no mesmo período de 2019. Na semana encerrada em 24 de setembro, as exportações norte-americanas somaram 506,3 mil toneladas (safra 2020/2021), 44% a mais que o reportado no período anterior e 15% acima da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram o México (208,9 mil toneladas) e Taiwan (91,5 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.