05/Out/2020

A negociação de trigo no Paraná segue pontual, mas os preços subiram na última semana. Além de rumores de interesse de compra de moinhos gaúchos pelo cereal paranaense, fatores como câmbio, clima seco e baixa disponibilidade deram sustentação às cotações. No Rio Grande do Sul, a escassez de ofertas dá suporte aos preços com poucos lotes de trigo da safra 2019 ainda por negociar. Nos Campos Gerais (PR), a negociação seguia pontual, ainda com poucas ofertas. Rodaram negócios ao longo da semana por até R$ 1.220 por tonelada para entrega imediata e pagamento em 30 dias em Ponta Grossa, acima dos R$ 1.200 por tonelada indicados no começo da semana passada. Para retirada nos Campos Gerais nos mesmos prazos, os compradores indicam R$ 1.150 a R$ 1.160 por tonelada. O dólar fortalecido ante o Real, o clima seco que prejudicou lavouras plantadas mais tarde, o preço firme do milho e o fato de que vendedores estão capitalizados e ofertam pouco deram sustentação aos preços.

Com os rumores de que teriam saído negócios no Paraná para levar trigo para o Rio Grande do Sul por R$ 1.210 a R$ 1.230 por tonelada FOB, muitos vendedores buscavam esses valores. Os moinhos ofereciam R$ 1150 por tonelada CIF em Ponta Grossa para entrega ao longo de outubro e pagamento no mês seguinte, na expectativa de maior volume ofertado à medida que a colheita avança na região. Os vendedores, contudo, pedem R$ 1.250 a R$ 1.300 por tonelada para essas condições. No Rio Grande do Sul, a baixa disponibilidade de trigo mantém os preços sustentados, em linha com os da semana anterior. Os compradores indicam R$ 1.250 por tonelada (trigo pão) a R$ 1.320 por tonelada para trigo melhorador, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. Os vendedores, de sua parte, pedem de R$ 1.450 a R$ 1.600 por tonelada. Para o trigo futuro, cuja colheita ganha força em novembro, a proposta dos moinhos está entre R$ 1.000 e R$ 1.040 por tonelada de trigo pão, com entrega em dezembro no porto de Rio Grande e pagamento no início de janeiro.

Já os vendedores sinalizam que por menos de R$ 1.200 por tonelada não farão negócio. Os preços de compra estavam mais altos do que na semana anterior, quando oscilaram de R$ 940 a R$ 960 por tonelada CIF Rio Grande, em virtude da alta do dólar ante o Real. Ocorreram geada nas lavouras e ainda não se sabe o percentual perdido. O produtor vai aguardar a colheita para voltar a vender. Os grandes compradores do trigo gaúcho, de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, não estão moendo no mesmo ritmo do início do ano, porque a demanda por farinha diminuiu. Consequentemente, a demanda também está mais fraca. Para o curto prazo, os compradores se dizem abastecidos. Mas os moinhos estão com um ponto de interrogação, não sabem como vão vir as primeiras cargas de trigo, por causa da geada que afetou as lavouras mais adiantadas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.