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29/Set/2020

Tendências distintas de preços do trigo por regiões

Mesmo com o avanço da colheita do trigo no Paraná, os preços voltaram a subir no Estado. Os produtores estão afastados do mercado, atentos ao baixo volume de chuvas, que deve prejudicar a qualidade do cereal e reduzir a oferta frente ao estimado anteriormente. No Rio Grande do Sul, os valores estão mais enfraquecidos, mas ainda superiores aos registrados no Paraná. Na Argentina, a escassez hídrica está comprometendo as lavouras e a produção também deve ser menor que a registrada no ano passado. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 2,43% no Paraná, 0,72% no Rio Grande do Sul e 0,85% em Santa Catarina.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os avanços são de 1,79% no Paraná, 1,25% em São Paulo e 0,36% em Santa Catariana. No Rio Grande do Sul, os preços registram recuo de 2,79%. Na parcial deste mês, o valor médio do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) no Paraná está em R$ 1.156,14 por tonelada, queda de 4,6% frente ao de agosto. No Rio Grande do Sul, a média está em R$ 1.209,28 por tonelada, com baixa de 2,1% em relação ao mês anterior. Há baixa fixação de trigo no mercado interno e que as poucas negociações observadas estão concentradas na região norte do Paraná. Dessa forma, as cooperativas estão trabalhando com preços mais altos, no intuito de atrair produtores. Os reajustes são repassados também ao mercado de lotes.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita no Paraná atingiu 44% da área prevista e a comercialização envolve 29,2% do volume, contra 16% no mês anterior. Até o dia 23 de setembro, 57% das lavouras do Paraná estavam em maturação, 28%, em frutificação, 13%, em floração e 3%, em desenvolvimento vegetativo. Do total semeado, 61% apresentavam boas condições, 31%, médias e 9%, ruins. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS indicou que, das lavouras implantadas, 53% estão em enchimento de grãos, 31%, em floração, 7%, em germinação/desenvolvimento vegetativo e 9%, em maturação. A ocorrência de chuvas na semana passada favoreceu a recuperação da umidade do solo.

Em algumas regiões, a queda na temperatura resultou em incidência de geadas, mas estas não trouxeram impactos significativos sobre as lavouras. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, as condições hídricas das lavouras implantadas pioraram na última semana. Em 60% da área cultivada na Argentina, concentrada na margem ocidental da área agrícola, a umidade do solo está entre regular e seca. Além disso, a safra 2020/2021, com previsão de colheita em dezembro, foi projetada em 17,5 milhões de toneladas, contra 18,8 milhões de toneladas em 2019/2020. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 14 a 18 de setembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina está em US$ 244,51 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,27, o cereal importado era negociado a R$ 1.289,60 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.147,59 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino é de US$ 228,73 por tonelada, o equivalente a R$ 1.206,42 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.209,06 por tonelada para o cereal gaúcho. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 249,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta desvalorização de 5,3% nos últimos sete dias, a US$ 5,44 por bushel (US$ 199,98 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta recuo de 5,8% no mesmo período, a US$ 4,75 por bushel (US$ 174,62 por tonelada). A queda está atrelada ao fortalecimento do dólar, que torna a commodity norte-americana menos atrativa a compradores, e ao avanço do semeio da safra de inverno nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 20 de setembro, o semeio atingiu 20% da área total prevista, contra 19% na média dos últimos cinco anos. Na semana encerrada em 17 de setembro, as exportações norte-americanas somaram 351,7 mil toneladas (safra 2020/2021), 5% a mais que o reportado no período anterior e 34% abaixo da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram a Coreia do Sul (111,9 mil toneladas) e o Vietnã (63,5 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.