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28/Set/2020

Tendência é de preços firmes com a oferta restrita

A negociação de trigo é pontual no Paraná. Na região dos Campos Gerais, saem lotes, mas os compradores aguardam volume maior e preço mais baixo nos próximos meses, enquanto os vendedores seguem firmes nas indicações. No Estado, onde a colheita está em curso, a negociação ocorre de acordo com a necessidade de compradores. Há registro de negócios de trigo pão entre R$ 1.150,00 e R$ 1.180,00 por tonelada FOB nos Campos Gerais ou até R$ 1.220,00 por tonelada CIF em Ponta Grossa, para embarque imediato e pagamento de 30 a 40 dias. Contudo, os vendedores mais capitalizados e sem pressa de negociar indicam R$ 1.200,00 por tonelada FOB, preços estáveis nos últimos sete dias. Enquanto isso, o trigo argentino chegaria pouco competitivo, a quase R$ 1.600,00 por tonelada aos moinhos da região, o que tem contribuído para os vendedores locais se manterem firmes. A colheita ainda não engrenou na região dos Campos Gerais após o atraso do plantio.

Os compradores estão adquirindo trigo agora, mas pontualmente, esperando que, quando tiver mais de oferta em setembro, o preço possa ceder. A oferta da região, contudo, foi afetada por geadas no desenvolvimento e por chuvas em agosto. Já o trigo plantado mais tarde precisa de chuva. Há precipitações previstas para esta segunda-feira e terça-feira (28 e 29 de setembro). Para negociação antecipada, os valores indicados para compra estão na faixa de R$ 1.000,00 a R$ 1.100,00 por tonelada, para embarque em outubro e pagamento em novembro nos Campos Gerais. Nesses valores ocorrem negócios pontuais. Alguns vendedores que têm contas a pagar no período preferiam já fixar volumes. Mas, a maioria está capitalizada e vai esperar. O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab), reduziu a sua estimativa para a safra 2019/2020 de trigo, que está sendo colhida, de 3,474 milhões de toneladas para 3,322 milhões de toneladas.

Houve corte na previsão de produtividade de 3.122 quilos por hectare para 2.982 quilos por hectare, ainda que a área plantada tenha sido revisada para cima, de 1,113 milhão de hectares para 1,114 milhão de hectares. A colheita já atinge 44% da área. E o percentual de trigo negociado chega a 29%, contra 16% um mês atrás. No Rio Grande do Sul, onde a colheita ainda não começou, a negociação avança pouco. Na região de Passo Fundo, os moinhos resistem em desembolsar os valores pedidos por vendedores pelo que resta da safra passada e estão recebendo farinha argentina e misturando à produzida localmente enquanto esperam a nova safra. Os vendedores indicam entre R$ 1.350,00 e R$ 1.400,00 por tonelada de trigo pão, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, mas os moinhos do Estado não absorvem esses valores. A estimativa é de que reste em torno de 3% da safra passada ainda nos armazéns. A negociação está parada.

Não está saindo farinha para os grandes mercados, São Paulo e Rio de Janeiro, os moinhos não estão conseguindo botar a farinha na prateleira, porque caíram as vendas. Moinhos do Estado têm recebido farinha argentina a R$ 1.270,00 por tonelada e desejam pagar no máximo esse valor pelo trigo local. Eles mesclam a farinha argentina com a local. Os últimos negócios expressivos ocorreram há um mês, de trigo branqueador, a R$ 1.350,00 por tonelada. Para negociação antecipada da safra 2020/2021, tradings indicam entre R$ 940,00 a R$ 960,00 por tonelada por trigo pH 78, para entrega no Porto de Rio Grande em dezembro e pagamento no início de janeiro, valores estáveis nos últimos sete dias. A nova safra do Rio Grande do Sul, que teve algumas lavouras prejudicadas por geadas, deve chegar ao mercado entre o fim de outubro e o início de novembro. Segundo a Emater-RS, 9% das lavouras estão em maturação, 53% em enchimento de grãos, 31% em floração e 7% em desenvolvimento vegetativo.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou o Brasil entre os principais destinos dos embarques ao exterior de trigo norte-americano na semana até 17 de setembro, com 63,1 mil toneladas. Na Argentina, a falta de chuvas é motivo de preocupação para produtores de trigo. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a parcela da safra em condição normal a excelente caiu 4% na última semana. Em 60% da área cultivada, a condição de umidade do solo está entre regular e seca. No norte da Argentina, as expectativas de colheita estão diminuindo a cada semana. A projeção para a safra argentina 2020/2021 é de 17,5 milhões de toneladas, ante 18,8 milhões de toneladas em 2019/2020. As exportações devem diminuir de 12,20 milhões de toneladas para 11,20 milhões de toneladas, por causa da expectativa de menor produção. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.