ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/Set/2020

Tendência de queda nos preços do trigo no Paraná

os preços do trigo estão em queda no Paraná, influenciados pela colheita da nova safra. No Rio Grande do Sul, os valores também recuam, mas de forma menos intensa. vale lembrar que as atividades de campo neste Estado se iniciam apenas entre outubro e novembro. Diante disso, as cotações médias do cereal no Paraná estão inferiores às registradas no Rio Grande do Sul. Esse cenário é atípico, tendo em vista que, historicamente, os preços no Paraná superam os do Rio Grande do Sul. Na parcial deste mês, o preço médio do trigo no mercado disponível (negociações entre empresas) no Paraná está em R$ 1.157,71 por tonelada, com queda de 4,4% frente ao de agosto. No Rio Grande do Sul, a média está em R$ 1.219,08 por tonelada, baixa de 1,3% em relação ao mês anterior. Levando-se em consideração a série histórica do Cepea iniciada em 2004, foram poucas as vezes em que o preço do Rio Grande do Sul superou o do Paraná (sendo em setembro e em outubro de 2004; em setembro de 2015; em setembro e outubro de 2017 e em agosto de 2020). Nos últimos sete dias, especificamente, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 0,70% no Paraná e de 0,15% no Rio Grande do Sul.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os recuos são de 1,72% no Paraná, de 0,15% no Rio Grande do Sul e de 0,07% em São Paulo. No geral, as negociações estão ganhando força no Paraná conforme a colheita avança, mas, no Rio Grande do Sul, poucos são os fechamentos observados. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que, até o dia 15 de setembro, 60% das lavouras do Paraná estavam em maturação, 24%, em frutificação, 11%, em floração e 5%, em desenvolvimento vegetativo. Do total semeado, 62% apresentavam boas condições, 28%, médias e 10%, ruins. A área colhida, até o momento, corresponde a aproximadamente 258,6 mil hectares ou a ¼ da área. Até o começo da semana passada, a região de Cascavel era uma das mais adiantadas, com a colheita somando 50 mil hectares. A estimativa de produção recuou 5% frente ao projetado no começo do plantio, indo para 3,47 milhões de toneladas, devido ao clima desfavorável, como excesso de chuvas, geadas e, posteriormente, a seca.

No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, das lavouras implantadas, 46% estão em enchimento de grãos, 36%, em floração, 18%, em germinação/desenvolvimento vegetativo e 3%, em maturação. Chuvas alternadas com dias ensolarados na semana passada favoreceram o desenvolvimento do trigo no Estado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de setembro, as compras externas de trigo registravam média diária de 22,9 mil toneladas, contra 23,5 mil no mesmo mês de 2019. Os preços de importação registram média de US$ 223,00/t FOB origem, 4,2% abaixo dos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 232,70 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nos últimos sete dias, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 244,61 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,31, o cereal importado é negociado a R$ 1.299,53 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, tem média de R$ 1.148,92 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino é de US$ 228,85 por tonelada, o equivalente a R$ 1.215,80 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.225,38 por tonelada no Rio Grande do Sul.

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 1,2% nos últimos sete dias, a US$ 244,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta valorização de 6,1% nos últimos sete dias, a US$ 5,75 por bushel (US$ 211,28 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 7% no mesmo período, a US$ 5,04 por bushel (US$ 185,28 por tonelada). A valorização está atrelada à expectativa de maior demanda chinesa e ao clima seco em área agrícolas da Rússia e da Argentina. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que, na semana encerrada em 10 de setembro, as exportações norte-americanas somaram 335,7 mil toneladas (safra 2020/2021), 31% a menos que o reportado no período anterior e 42% abaixo da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram a Indonésia (91,4 mil toneladas) e o Vietnã (63 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.