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15/Set/2020

Tendência de preço firme com retração vendedora

A colheita da nova safra de trigo segue firme no Paraná, o maior Estado produtor do País. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontam que as atividades já alcançam 11% da área esperada. Apesar disso, muitos produtores seguem afastados do mercado, o que tem elevado os valores internos do trigo em grão e do farelo. Além disso, os agentes temem que a oferta de trigo de boa qualidade seja restrita nesta safra. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 1,85% no Paraná, 0,59% no Rio Grande do Sul e 0,5% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os avanços são de 0,57% em Santa Catarina e de 0,55% no Rio Grande do Sul. Em contrapartida, os preços apresentam queda 1,41% no Paraná e 0,11% em São Paulo. Mesmo com os produtores preocupados com a qualidade de suas lavouras, o relatório divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) neste mês traz estimativas otimistas para o trigo.

A área de trigo em 2020 deve crescer 14,1%, somando 2,33 milhões de hectares, com previsão de oferta de 6,8 milhões de toneladas, 32,5% acima da de 2019. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a área colhida no Paraná só na última semana foi equivalente a 250 mil toneladas, volume suficiente para uma semana de consumo nacional. Até o dia 8 de setembro, 49% das lavouras estavam em maturação, 29%, em frutificação, 13%, em floração e 9%, em desenvolvimento vegetativo. Do total semeado, 66% apresentavam boas condições, 25%, médias e 9%, ruins. A seca no Estado está refletindo negativamente sobre a produtividade das áreas que já foram colhidas. Segundo a Emater-RS, no Rio Grande do Sul, 42% das lavouras implantadas estão em floração, 29%, em germinação/desenvolvimento vegetativo, 27%, em enchimento de grãos e 2%, em maturação. Na primeira semana de setembro, as compras externas de trigo apresentaram média diária de 20,1 mil toneladas, contra 23,5 mil no mesmo mês de 2019.

Os preços de importação registram média de US$ 217,50 por tonelada FOB origem, 6,5% abaixo dos registrados no mesmo período do ano passado (US$ 232,70 por tonelada), de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Tomando-se como base dados da Conab de 31 de agosto a 4 de setembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 244,75 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,36, o cereal importado era negociado a R$ 1.312,36 por toneladda, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.180,51 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 229,00 por tonelada, o equivalente a R$ 1.227,92 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.226,27 por tonelada no Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 244,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra desvalorização de 1,1%, a US$ 5,33 por bushel (US$ 196,12 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta recuo de 0,2%, a US$ 4,73 por bushel (US$ 173,98 por tonelada) no mesmo comparativo. A desvalorização está atrelada à publicação dos dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre os estoques mundiais, que vieram acima das expectativas de mercado. Conforme o relatório do USDA, a projeção para a produção mundial em 2020/2021 avançou 0,6% em relação ao relatório do mês anterior, a 770,49 milhões de toneladas, 0,8% maior que a da safra 2019/2020 (764,03 milhões de toneladas). O aumento se deve às maiores safras no Canadá, Austrália e União Europeia, compensando a menor safra na Argentina. Quanto ao consumo, registrou-se leve aumento de 0,1%, a 750,9 milhões de toneladas frente ao relatório anterior, e de 0,4% em comparação com a última safra. Em relação aos estoques mundiais, devem avançar 0,8% frente ao relatório de agosto, somando 319,37 milhões de toneladas, e a relação estoque/consumo deve ser de 42,5%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.