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26/Ago/2020

Geadas provocam perdas no Brasil e na Argentina

A massa polar que provocou geadas na Região Sul no fim da semana passado comprometeu o desenvolvimento das lavouras de trigo no Paraná e no Rio Grande do Sul. No Paraná, os estragos foram mais intensos. As plantações já haviam sido prejudicadas por um período prolongado de chuva e isso pode resultar em menor produtividade e qualidade. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado (Seab), haverá perdas na produção de trigo no Estado. O impacto das perdas e a extensão das áreas danificadas, contudo, ainda estão sendo mensurados. Em geral, estima-se que, aproximadamente, um terço das áreas de trigo do Estado, que está em floração ou em enchimento de grãos, pode apresentar problemas que serão avaliados em 10 dias. Nas regiões oeste e centro-Oeste do Estado, o acúmulo de gelo no solo foi moderado. A região sudoeste registrou geadas mais intensas. Como lá encontram-se muitas lavouras em fases suscetíveis, deve ser a região mais prejudicada. A região norte não registrou o fenômeno.

O centro-sul e o sul podem apresentar apenas problemas pontuais, já que têm poucas lavouras em estágio suscetível. A estimativa mais recente do Deral/Seab apontava para safra de 3,685 milhões de toneladas, que seria a maior desde 2017. A projeção deve ser revisada para baixo, com a perspectiva de queda na produtividade de parte da área semeada no Estado de 1,13 milhão de toneladas. Porém, o levantamento de agosto, a ser divulgado em breve, tende a não incluir os efeitos totais das geadas e do excesso hídrico. Demorará ao menos uma semana para que os efeitos das geadas sejam mais aparentes. A Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) também está buscando informações sobre os prejuízos na cultura junto às cooperativas filiadas. Há relatos de perda de qualidade por excesso de chuvas na região norte e noroeste do Estado e perdas por geada no este e sudoeste do Paraná. Os impactos devem ser identificados nos próximos dias.

Tanto a geada como a umidade em excesso são desfavoráveis ao amadurecimento do cereal, já que a primeira tende a queimar as plantas, enquanto a segunda prejudica o enchimento do grão e colabora para o aparecimento de fungos e doenças. Até o dia 17 de agosto, 29% da área com trigo se encontrava em desenvolvimento vegetativo, 30% em floração, 33% em frutificação e 8% em maturação. A colheita do cultivo no Estado deve iniciar nos próximos dias pela região norte. Em compensação, no Rio Grande do Sul, que semeia a safra depois do Paraná, o impacto do clima foi menor em extensão de área, segundo representantes do setor produtivo. As lavouras estavam em estágios diferentes, mas os danos foram significativos. Segundo a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), ainda é cedo para mensurar o tamanho e extensão das perdas. A entidade terá números prévios sobre as perdas até o fim desta semana. No início do mês, a Farsul previa safra de pelo menos 3 milhões de toneladas, com área plantada de 930 mil hectares.

A Emater-RS informou que está realizando levantamento sobre a situação das lavouras. Já forma observadas perdas em culturas temporárias e perenes. Houve acúmulo de gelo no cinturão tritícola do Estado, mas sem danos aparentes. Antes de setembro, não é possível ter clareza se houve estragos na cultura e de qual ordem foi o prejuízo. Na Argentina, as geadas intensas comprometeram também as lavouras de trigo da temporada 2020/2021, informa a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. No país, a semeadura do cereal foi concluída na última semana, em 6,5 milhões de hectares. As geadas registradas causaram danos sobre os quadros mais avançados do centro e norte da área agrícola, reduzindo as expectativas de rendimento. Enquanto isso, ao sul, no momento, há atrasos e leves danos. A falta de chuvas também preocupa os produtores argentinos. A Argentina é o principal fornecedor de trigo para a indústria moageira brasileira, com comercialização do produto entre 5 milhões de toneladas a 6 milhões de toneladas por ano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.