ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

24/Ago/2020

Comercialização de trigo pontual antes da colheita

A comercialização de trigo no mercado interno segue lenta. Apenas negócios pontuais envolvendo lotes da próxima safra são observados. Contratos com cereal remanescente da safra 2019 são ainda mais escassos e de volume pouco expressivo. Agora, o mercado busca avaliar o impacto da massa de ar polar, que atingiu a Região Sul nos últimos dias, sobre as lavouras do cereal em desenvolvimento. Estima-se que os danos às plantações poderão ser avaliados em cerca de quatro a cinco dias. No Paraná, os moinhos aguardam a entrada da safra local. A colheita no Estado tradicionalmente começa no fim de agosto, mas neste ano pode ser adiada em virtude de chuvas excessivas e geadas que retardaram o amadurecimento das plantas. Os produtores estão fora do mercado, focados no campo. Nos últimos dias, os trabalhos de campo para controle de doenças têm sido impossibilitados pelo clima.

A expectativa é de que haverá prejuízo em qualidade ou produtividade. Antes das fortes chuvas, as indicações estavam aquecidas no Estado com negócios saindo em torno de R$ 1.150,00 por tonelada FOB na região dos Campos Gerais, para entrega em agosto. Para entrega em setembro, os moinhos indicam entre R$ 1.100,00 e R$ 1.150,00 por tonelada CIF e em torno de R$ 1.000,00 por tonelada CIF, para entrega em setembro. Mas, não há novos negócios. O vendedor está preocupado com a qualidade do cereal, enquanto moinhos tentam garantir lotes para alongar estoques. Não há mais tranquilidade nas reservas. Para entrega imediata, os moinhos indicam entre R$ 1.250,00 e R$ 1.300,00 por tonelada FOB, mas não há cereal disponível.

No Rio Grande do Sul, o cenário se repete. O menor ritmo de negócios deve-se, além da retração da oferta, ao fato de cerca de 35% da nova safra já ter sido comercializada antecipadamente. Calcula-se que em torno 970 mil a 1 milhão de toneladas já estejam comprometidas com entrega futura. É o maior volume vendido antecipadamente desde 2007. A valorização do dólar ante o Real viabilizou a contratação antecipada da maior parte desse volume para exportação. Agora, o produtor tem receio de comprometer um volume maior antes da colheita, que se inicia em setembro. Essa cautela se acentuou após a massa de ar frio dos últimos dias que pode prejudicar o rendimento das lavouras. Para entrega em dezembro, os compradores indicam entre R$ 1.000,00 e R$ 1.020,00 por tonelada CIF Porto de Rio Grande, mas não há registro de negócios. Diferentemente do Paraná, no mercado do Rio Grande do Sul ainda há volume pontual de sobras de semente da safra passada para comercialização. Para entrega imediata, os moinhos indicam R$ 1.300,00 por tonelada FOB interior do Estado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.