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11/Ago/2020

Preços do trigo firmes com a entressafra no Brasil

A comercialização de trigo no mercado interno segue pontual, e os produtores estão atentos ao clima na Região Sul do País. Apesar de as lavouras apresentarem boas condições, a baixa umidade verificada nas últimas semanas começa a preocupar os produtores. Previsões indicam chuvas para os próximos dias, o que dá certo alívio. Ainda assim, agentes, especialmente do Paraná, indicam possíveis reduções na oferta e na qualidade. Na Argentina, o semeio de trigo está chegando ao fim e o clima desfavorável em parte das regiões também preocupa os produtores. Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), uma frente fria deve mudar o tempo na Região Sul do Brasil nesta semana. As mudanças mais significativas devem ocorrer a partir desta terça-feira (11/08), quando o avanço da frente fria trará chuva para partes do Rio Grande do Sul, com acentuado declínio das temperaturas. As precipitações mais expressivas são esperadas para quarta-feira (12/08), especialmente no nordeste e centro-norte do Rio Grande do Sul e em alguns pontos de Santa Catarina e do Paraná.

A queda nas temperaturas pode, por sua vez, elevar a possibilidade de geadas, principalmente em áreas de serra. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que, das lavouras implantadas no Paraná, 36% estão em desenvolvimento vegetativo, 34%, em floração, 26%, em frutificação e 4%, em maturação. Do total semeado, 88% apresentam boas condições, 10%, médias e 2%, ruins. Se o tempo seco persistir, a produtividade poderá ser prejudicada. Para o Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, na semana passada, chuvas de média a baixa intensidade, temperaturas mais baixas e incidência de geadas em algumas regiões não prejudicaram as lavouras. Na segunda metade da semana, o predomínio de sol no Estado e a elevação na temperatura favoreceram o desenvolvimento do trigo. Em São Paulo, a Câmara Setorial de Trigo indicou possível produção de 300 mil toneladas de trigo, o que seria um recorde. Isso seria resultado do aumento de 10% na área semeada, estimada em 85 mil hectares.

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o semeio de trigo na Argentina atingiu 98,3% da área prevista, avanço de 2,4% em relação à semana anterior, mas atraso de 1,7% frente ao mesmo período de 2019. A ausência de chuvas no centro e norte da área agrícola continua limitando o crescimento e o desenvolvimento dos primeiros lotes implantados. No sul da área agrícola, a semeadura está chegando ao fim e apresenta condições hídricas adequadas. No sudeste de Buenos Aires, o fim das chuvas possibilitou a retomada dos trabalhos de campo, que estavam atrasados por conta do excesso hídrico. No mercado, o volume de negócios segue baixo, mas os preços estão firmes, sustentados pela valorização do dólar. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 0,57% no Rio Grande do Sul e de 0,26% no Paraná. No mercado de lotes, os aumentos são de 0,92% em São Paulo, de 0,79% no Rio Grande do Sul e de 0,63% no Paraná.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações brasileiras de trigo em grão somaram 509,1 mil toneladas em julho, volume 14,7% superior ao de junho/2020, mas 8,8% inferior a julho/2019. Do total importado pelo Brasil no mês passado, 80,5% vieram da Argentina, 13,3%, dos Estados Unidos, 3,1%, do Paraguai e 3,1%, do Uruguai. O preço médio da importação foi de US$ 224,30 por tonelada, 2,6% abaixo do de junho/2020 e 2% inferior ao de julho/2019. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 0,4% nos últimos sete dias, cotado a US$ 240,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra desvalorização de 6,7% nos últimos sete dias, a US$ 4,95 por bushel (US$ 182,07 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta recuo de 6,1% no período, a US$ 4,15 por bushel (US$ 152,67 por tonelada). A queda está atrelada ao fortalecimento do dólar perante o mercado internacional, que torna a commodity norte-americana menos atrativa a compradores. As maiores projeções para a safra da Rússia também pressionaram os futuros. Conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 30 de julho, as exportações norte-americanas somaram 605,5 mil toneladas (safra 2020/2021), 11% a menos que o reportado no período anterior, mas 02% acima da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram a China (85 mil toneladas), a Indonésia (78 mil toneladas) e o Brasil (63,5 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.