06/Ago/2020

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado (Seab), os preços de trigo seguem atrativos no Paraná, 20% acima do custo variável das lavouras 2020. Em julho, o trigo foi remunerado, em média, a R$ 57,48 por saca de 60 Kg, pouco abaixo do preço recorde nominal registrado em maio, de R$ 60,13 por saca de 60 Kg, mas mais de 20% superior ao custo variável estimado em maio. Os dados referem-se ao mercado de balcão. No spot, os preços estão firmes, a R$ 72,84 por saca de 60 Kg. Ou seja, uma boa safra é essencial para baixar os custos dos moinhos, e, consequentemente, para não haver reflexo nos preços dos derivados de trigo futuramente.

Apesar da valorização, o cereal do Estado continua competitivo em relação ao argentino. O trigo do Paraná está competitivo em dólares, com um desconto superior a 20% em relação a cotação da Argentina, principal concorrente. No curto prazo, as cotações brasileiras de trigo devem refletir notícias quanto à oferta dos outros players do Mercosul. O foco do mercado no momento é o desenvolvimento das lavouras. Problemas de clima seco preocuparam e impulsionaram as cotações, mas continua a perspectiva de boa produção no bloco. Quando à safra do Paraná, que está em desenvolvimento, a qualidade das lavouras é a melhor das últimas três temporadas. Os dados mais recentes mostram que 88% da área plantada está em boa condição, 10% em condição média e 2% em condição ruim.

Para os próximos dias, não há previsão de geadas, fato bastante positivo, tendo em conta os prejuízos trazidos por este fenômeno meteorológico nos anos de 2017, 2018 e 2019. Em compensação, a previsão é de tempo seco, que, somado à baixa precipitação de julho, poderá acarretar perdas às lavouras. Isto estará quantificado no relatório de safra de agosto, quando uma pequena parcela do trigo do Estado deverá estar colhida e uma grande parcela estará em maturação, com seu potencial definido. A área plantada no Estado somou 1,13 milhão de hectares, 10% acima da lavoura do ciclo 2019. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.