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04/Ago/2020

Projeção é de safra recorde com a clima favorável

O clima segue favorável à cultura de trigo na Região Sul do País e as lavouras apresentam ótimas condições e desenvolvimento. Este contexto deve resultar em novo crescimento da produção no Paraná, maior produtor do cereal no Brasil. Na Argentina, o clima tem prejudicado o semeio da nova safra, que está atrasada. Estimativas de produção de trigo do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) para o Paraná foram reajustadas positivamente, para 3,7 milhões de toneladas que, caso confirmadas, representam expressivo aumento de 72% em relação à temporada anterior. A área plantada está projetada em 1,133 milhão de hectares. O Brasil deverá colher uma safra recorde, estimada entre 6,9 milhões e 7,0 milhões de toneladas. Com produtores atentos à nova safra, as negociações de trigo no mercado interno seguem pontuais. A comercialização antecipada do cereal está em 14,5% do volume previsto. Quanto aos preços, nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram avanço de 0,13% no Rio Grande do Sul, mas recuo de 0,26% no Paraná.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os aumentos são de 1,05% no Rio Grande do Sul e de 0,2% no Paraná. Em São Paulo, os valores apresentam queda de 0,54%. Os dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) revelam que, das lavouras implantadas no Paraná, 48% estão em desenvolvimento vegetativo, 32%, em floração, 19%, em frutificação e 1% está em maturação. Do total semeado, 90% apresentam boas condições e 9%, médias. Lavouras de algumas regiões do Paraná precisam de chuvas, mas as previsões indicam tempo seco e altas temperaturas nos próximos dias. Segundo a Emater-RS, para o Rio Grande do Sul, o clima favorável permitiu que os produtores realizassem os tratos culturais de adubação nitrogenada em cobertura, controle de pragas, doenças e de plantas invasoras. Nas regiões de Passo Fundo e Erechim, as lavouras apresentam bom estado sanitário.

Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o semeio de trigo atingiu 95,9% da área prevista, avanço de 1,8% em relação à semana anterior, mas atraso de 3,3% frente ao mesmo período de 2019. O excesso hídrico em áreas no sul de Buenos Aires e o déficit hídrico e incidência de geadas no centro da área de cultivo estão atrasando o semeio no país vizinho. De acordo com dados preliminares da Secretaria de Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 18 dias úteis de julho, foram importadas 470,9 mil toneladas de trigo, contra 558,32 mil toneladas em julho/2019. Em relação ao preço de importação, a média de julho/2020 esteve em US$ 224,66 por tonelada FOB origem, 1,9% abaixo da registrada no mesmo mês de 2019 (de US$ 228,93 por tonelada). Nos últimos 12 meses, as importações de trigo pelo Brasil somam 6,64 milhões de toneladas. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 241,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta desvalorização de 1,5% nos últimos sete dias, a US$ 5,31 bushel (US$ 195,20 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta queda de 1,6%, a US$ 4,42 por bushel (US$ 162,59 por tonelada) no mesmo comparativo. Os futuros são pressionados pelo clima favorável no norte das Grandes Planícies dos Estados Unidos e por previsões de aumento na produção da Rússia. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 23 de julho, as exportações norte-americanas somaram 676,6 mil toneladas (safra 2020/2021), 10% a mais que o reportado no período anterior e 30% acima da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram a Filipinas (132,4 mil toneladas) e Taiwan (102,8 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.