ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

28/Jul/2020

Preços do trigo estáveis neste final de entressafra

O semeio de trigo na Região Sul do País chegou ao fim e o clima favorável mantém agentes otimistas quanto à produção desta safra. No Paraná, as lavouras apresentam condições superiores às observadas nas últimas três temporadas. Com produtores atentos ao desenvolvimento da nova safra, os negócios seguem pontuais no mercado brasileiro. Na Argentina, as adversidades climáticas estão preocupando os produtores. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 0,42% no Rio Grande do Sul, 0,4% no Paraná e 0,39% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociação entre empresas), os aumentos são de 0,5% em Santa Catarina e de 0,41% no Rio Grande do Sul. No Paraná e em São Paulo, os valores apresentam queda de 0,34% e 0,17%, respectivamente.

As atividades de semeio foram finalizadas no Paraná, segundo dados da Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Das lavouras implantadas, 62% estão em desenvolvimento vegetativo, 26%, em floração, 10% em frutificação e 1% está em maturação. Do total plantado, 90% apresentam boas condições, 8%, médias e 2%, ruins. Segundo a Emater-RS, no Rio Grande do Sul, o tempo seco permitiu o avanço e a finalização do semeio. As lavouras das regiões de Erechim, Frederico Westphalen, Passo Fundo, Pelotas e Santa Rosa estão em desenvolvimento vegetativo. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o semeio de trigo na Argentina atingiu 94,1% da área prevista, avanço de 2,9% em relação à semana anterior, mas atraso de 2,3% frente ao mesmo período de 2019. Os trabalhos não foram significativos nos últimos dias, devido à ocorrência de chuvas em algumas regiões produtoras, como no sul do país e no sudeste de Buenos Aires.

Em contrapartida, o aumento da temperatura e a escassez de chuvas no norte podem comprometer o crescimento e o desenvolvimento de parte das lavouras já semeada. Na região central (Córdoba, Santa Fé e núcleos norte e sul), o cenário de déficit hídrico e a incidência de geadas têm causado nascimento irregular e crescimento lento do cereal já implantado. Quanto ao às importações, na terceira semana de julho, as compras externas de trigo apresentaram média diária de 20,8 mil toneladas, contra 24,3 mil no mesmo mês de 2019. Quanto aos preços de importação, estão na casa de US$ 223,90 por tonelada FOB origem, 2,2% abaixo dos registrados no mesmo período do ano passado (US$ 228,90 por tonelada). A decisão final sobre a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) no Brasil está movimentando as negociações de trigo entre o Brasil e a Rússia.

Conforme a SovEcon, consultoria russa de pesquisa agrícola, em julho, o país exportou pelo menos 70 mil toneladas de trigo da safra 2020/2021 para o Brasil. Durante toda a safra 2019/2020, os embarques de trigo russo ao Brasil somaram 90 mil toneladas, grande parte negociada antes da isenção tarifária. A Rússia passou a vender o cereal para países da América do Sul na temporada 2019/2020, após revisão de procedimentos fitossanitários, e o trigo russo vem ganhando espaço neste mercado, principalmente por conta dos preços mais baixos que os norte-americanos. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no porto de Buenos Aires registram recuo de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 243,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o contrato Setembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago, apresenta valorização de 0,9%, a US$ 5,39 por bushel (US$ 198,23 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 0,2%, a US$ 4,49 por bushel (US$ 165,16 por tonelada) no mesmo comparativo. Os futuros fecharam a semana passada em alta, influenciados pela expectativa de oferta global mais apertada e pela desvalorização do dólar frente a importantes moedas, o que torna o trigo norte-americano mais atraente. Conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 16 de julho, as exportações norte-americanas somaram 616,7 mil toneladas (safra 2020/2021), 19% a menos que o reportado no período anterior, mas 24% acima da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram a China (127,1 mil toneladas) e o Iêmen (99,5 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.