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21/Jul/2020

Preços do trigo voltam a subir em algumas regiões

Os preços do trigo voltaram a subir em muitas regiões, principalmente no mercado de lotes (negociação entre empresas), mas ainda seguem enfraquecidos em outras. O movimento de alta é sustentado pela baixa oferta doméstica e pela valorização do dólar frente ao Real. As quedas são influenciadas por tentativas de alguns vendedores de liquidar os estoques remanescentes da temporada passada (a preços mais baixos). Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram recuo de 0,38% em Santa Catarina e de 0,06% no Paraná, mas alta de 1,18% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes, os aumentos são de 1,92% em Santa Catarina, de 0,23% em São Paulo e de 0,11% no Rio Grande do Sul. No Paraná, os valores apresentam queda de 0,1%. No campo, as atividades de semeio se aproximam do fim no Brasil e na Argentina.

No Paraná, segundo dados da Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), o semeio de trigo chegou a 99% da área estimada. Das lavouras implantadas, 74% estão em desenvolvimento vegetativo, 19%, em floração e 3%, em germinação. Do total plantado, 91% apresentam boas condições, 7%, médias e 2%, ruins. A expectativa para os próximos dias é de redução nas chuvas e tempo mais seco, facilitando os trabalhos em campo e uma possível conclusão do semeio no Estado. Não há previsão de geadas no curto prazo. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Emater-RS, até o dia 16 de julho, o semeio de trigo havia atingido 97% da área prevista. Chuvas impediram que as atividades de campo fossem finalizadas no Estado e dificultaram a realização de tratos culturais nas lavouras já implantadas. Em termos regionais, em Caxias do Sul, apenas 30% da área prevista foi semeada. Em Erechim, Frederico Westphalen, Passo Fundo, Pelotas e Santa Rosa, a semeadura foi concluída.

Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o semeio de trigo atingiu 91,3% da área prevista, avanço de 4,5% em relação à semana anterior, mas atraso de 0,8% frente ao mesmo período de 2019. A falta de chuva e as baixas temperaturas têm desfavorecido as lavouras de regiões como o centro norte e sul de Córdoba, NEA e Núcleo Norte. Por outro lado, o clima em Buenos Aires, Entre Ríos e La Pampa tem ajudado as atividades, o que deve incentivar a incorporação de novos lotes e, consequentemente, compensar as áreas afetadas. Na segunda semana de julho, as compras externas de trigo apresentaram média diária de 20,5 mil toneladas, contra 24,3 mil no mesmo mês de 2019. Quanto aos preços de importação, estão na casa de US$ 232,00 por tonelada FOB origem, 1,3% acima dos registrados no mesmo período do ano passado (US$ 228,90 por tonelada). Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no porto de Buenos Aires registram recuo de 0,8% nos últimos sete dias, cotado a US$ 244,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o contrato Setembro/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta valorização de 0,1%, a US$ 5,34 por bushel (US$ 196,49 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra queda de 0,7% no mesmo comparativo, cotado a US$ 4,48 por bushel (US$ 164,89 por tonelada). Após duas semanas em alta, os contratos fecharam a semana passada sem muitas alterações, devido às incertezas quanto ao tamanho da safra na região do Mar Negro. Todavia, o aperto na oferta dos principais países exportadores (safra 2020/2021) deve manter os preços em altos patamares. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 9 de julho, as exportações norte-americanas somaram 764,4 mil toneladas (safra 2020/2021), 134% a mais que o reportado na semana anterior, sendo o maior do ano comercial e 77% acima da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram a China (323,7 mil toneladas) e o México (132,8 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.