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14/Jul/2020

Preço estável do trigo com clima favorável à safra

O semeio de trigo na Região Sul do País está chegando ao fim e, por enquanto, o clima favorável mantém agentes otimistas quanto à produção desta safra. Nesse cenário, os valores do cereal no mercado de lotes (negociações entre empresas) seguem um pouco enfraquecidos em algumas localidades. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 0,96% em Santa Catarina, 0,42% no Rio Grande do Sul e 0,01% no Paraná. No mercado de lotes, os recuos são de 0,57% no Rio Grande do Sul e de 0,18% no Paraná. Para Santa Catarina e São Paulo, os valores apresentam alta de 0,75% e 0,04%, respectivamente. No campo, apesar da passagem do “ciclone bomba” no final de junho, as lavouras não foram diretamente afetadas, já que estavam na fase inicial de desenvolvimento. Dessa forma, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima crescimento de 13,7% na área, o que pode resultar em produção de 6,3 milhões de toneladas na safra 2020/2021, acima das 5,7 milhões de toneladas na anterior.

Essa maior produção, por sua vez, se deve à expectativa de forte aumento de 40,7% na colheita do Paraná. A Conab também estima importação de 7 milhões de toneladas e exportação, de 350 mil toneladas, ambas com recuos em relação à safra anterior. Assim, o estoque de passagem deve ser de 100,6 mil toneladas, o mais baixo dos últimos anos. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), o semeio de trigo no Paraná atingiu 97% da área estimada. Das lavouras implantadas, 81% estão em desenvolvimento vegetativo, 14%, em floração, 4%, em germinação e 1%, em frutificação. Do total plantado, 90% apresentam boas condições, 8%, médias e 2%, ruins. Segundo a Emater-RS, no Rio Grande do Sul, o semeio de trigo havia atingido 95% da área prevista para 2020 até o dia 9 de julho. Nos últimos dias, as atividades de campo foram limitadas pelo clima chuvoso. Na região de Caxias do Sul, as áreas já semeadas apresentam boa germinação, mas as precipitações resultaram em erosão em algumas lavouras mais susceptíveis.

Na região de Ijuí, os trabalhos de campo também foram suspensos, devido à alta umidade do solo. Na região de Erechim, o semeio foi finalizado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 0,8% nos últimos sete dias, fechando a US$ 244,00 por tonelada. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o semeio de trigo na Argentina atingiu 86,8% da área prevista da safra 2020/2021. Do total plantado, 22% apresentam excelentes a boas condições, 60%, normais e 18%, de regular a ruim. Destaca-se que a falta de chuva está comprometendo as atividades de plantio no centro-oeste e no norte do país. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta valorização de 9,3% nos últimos sete dias, a US$ 5,35 por bushel (US$ 196,85 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 4,7%, a US$ 4,47 por bushel (US$ 164,34 por tonelada) no mesmo comparativo.

A valorização dos contratos está vinculada a perspectivas de redução na produção de países como França e Rússia. Além disso, as estimativas da safra argentina também foram baixistas em relação a última divulgação da Bolsa de Comércio de Rosário. Conforme o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a projeção para a produção mundial em 2020/2021 avançou 0,58% em relação à anterior (2019/2020), a 769,313 milhões de toneladas. Quanto ao consumo mundial, o aumento foi de 0,54% frente à safra anterior, a 751,593 milhões de toneladas. Todavia, quando comparado ao relatório do mês anterior, nota-se que a produção mundial caiu 0,53% e o consumo mundial, 0,21%. Em relação aos estoques mundiais, estes devem recuar 0,4% frente ao relatório de junho, somando 314,84 milhões de toneladas, e a relação estoque/consumo deve permanecer a 41,9%. A decisão final sobre a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) no Brasil deve proporcionar uma oportunidade para os Estados Unidos, uma vez que o país poderá aumentar as exportações de trigo ao Brasil. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.