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10/Jul/2020

Indústria busca não repassar altas ao consumidor

Mesmo aproveitando o crescimento das vendas de massas, biscoitos, pães e bolos industrializados, as fabricantes do setor enfrentam um impasse na administração das suas receitas: a dificuldade de reajuste de preço em meio a um cenário de recessão econômica. No momento, a dúvida do setor é como repassar a alta dos custos para os produtos sem perder volume de vendas. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), a desvalorização do dólar ante o Real e a entressafra na produção nacional do trigo levou ao aumento de cerca de 50% no custo da farinha de trigo, principal matéria-prima da indústria de pães, massas e biscoitos. Os fabricantes enfrentam um dilema porque é necessário repassar parte deste custo, mas também é entendido que reposição de preços têm como consequência a queda no volume de vendas.

Diante do cenário recessivo desencadeado pela pandemia do novo coronavírus, com as famílias brasileiras administrando orçamentos apertados e optando por itens básicos de menor valor agregado, muitas fabricantes têm buscado absorver a alta do custo sem reajuste de preços. Esse é o caso da M. Dias Branco, líder de mercado em massas e biscoitos. Para a companhia, está evidente que o consumidor não tem capacidade de absorver integralmente esse aumento do custo, que foi puxado principalmente pelo câmbio. Para preservar as margens de lucro a empresa implantou programas de produtividade a fim de reduzir custos internos. A política de não reajuste de preços dos produtos no varejo também foi adotada pela Bauducco. Durante a pandemia, a companhia realizou um trabalho detalhado de planejamento para se manter saudável, envolvendo também a estratégia de preços, que se mantiveram estáveis durante a crise.

Também está no foco da atenção das empresas a tendência de o consumo migrar dos produtos de maior valor agregado para itens básicos de ticket médio menor, o que pode pressionar as suas receitas de vendas. Esse movimento já foi observado pelos fabricantes no primeiro semestre do ano, de modo geral, em todo as regiões, mas em menor intensidades nas Regiões Sul e Sudeste, que têm maior renda per capita. A expectativa da indústria é que com a extensão dos reflexos econômicos da Covid-19 esse movimento ganhe força no segundo semestre deste ano. Para frear o impacto dessa mudança de consumo nos resultados financeiros, a M. Dias Branco comenta que está preparando novas opções para este cenário com redução na quantidade e no tamanho das embalagens dos produtos, numa tentativa de manter preço atraente ao consumidor. O portfólio da empresa tem mais de 19 marcas e cobre cerca de 90% da faixa de preços. Com isso, é possível capturar todos os movimentos de venda, tanto se o consumidor optar por produto de maior ou menor valor agregado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.