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07/Jul/2020

Tendência de pressão negativa com a maior oferta

Os preços do trigo têm se enfraquecido em algumas regiões, especialmente no mercado de lotes (negociação entre empresas). A pressão vem do aumento pontual da oferta interna, tendo em vista que alguns vendedores tentam liquidar os estoques remanescentes da temporada passada. Além disso, moinhos do Paraná estão reduzindo as ofertas de compra, diante da maior competitividade do trigo do Rio Grande do Sul. Vale lembrar que, até o final de junho, a firme demanda brasileira por derivados de trigo e os maiores custos de importação vinham elevando os preços da matéria-prima e dos coprodutos. Os valores mais atrativos, por sua vez, fizeram com que produtores ampliassem a área com trigo nesta temporada 2020. Especialmente no Paraná, estimativas indicam possível salto expressivo na oferta. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 0,35% no Rio Grande do Sul e de 0,27% no Paraná, mas recuo de 0,51% em Santa Catarina.

No mercado de lotes (negociação entre empresas), os recuos são de 0,78% no Rio Grande do Sul e de 0,26% no Paraná. Em São Paulo, os valores apresentam alta de 0,41%. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações brasileiras de trigo em grão somaram 434,1 mil toneladas em junho, volume 7% inferior ao de maio/2020, mas 3,3% superior ao de junho/2019. Do total importado pelo Brasil no mês passado, 79,6% vieram da Argentina, 13,8%, dos Estados Unidos, 4,1%, do Uruguai e 2,5%, do Paraguai. O preço médio da importação foi de US$ 230,00 por tonelada, 3% acima do preço de maio/2020, porém, 2,3% inferior ao de junho/2019. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), o semeio de trigo no Paraná chegou a 94% da área estimada. Das lavouras implantadas, 84% estão em desenvolvimento vegetativo, 8%, em floração, 7%, em germinação e 1%, em frutificação. Do total plantado, 89% apresentam boas condições, 9%, médias e 2%, ruins.

Segundo a Emater-RS, até o dia 2 de julho, o semeio de trigo o Rio Grande do Sul havia atingido 87% da área prevista para 2020. Os produtores estão monitorando eventuais pragas, mas, de modo geral, as áreas já implantadas apresentam bons estado e sanidade das plantas. Em termos regionais, o semeio de trigo em Passo Fundo atingiu 75% da área prevista e deve ser finalizada até 10 de julho. Na região de Ijuí, o ritmo de trabalho foi reduzido, uma vez que as atividades alcançaram 98% da área prevista, de 261 mil hectares. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 0,8% nos últimos sete dias, cotado a US$ 242,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra queda de 1,5% nos últimos sete dias, a US$ 4,90 por bushel (US$ 180,04 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta desvalorização de 1,6%, a US$ 4,27 por bushel (US$ 156,99 por tonelada) no mesmo comparativo.

Destaca-se que, no dia 3 de julho, os preços não foram disponibilizados devido ao feriado antecipado do Dia da Independência nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a área semeada com trigo norte-americano pode alcançar 17,91 milhões de hectares, abaixo dos 18,07 milhões de hectares projetados em março. Em relação aos estoques, as estimativas para 1º de junho foram de 28,42 milhões de toneladas (1,044 bilhão de bushels), quedas de 3,24% frente ao mesmo período de 2019 e de 26,2% em comparação com 1º de março. Na semana encerrada em 25 de junho, as exportações norte-americanas somaram 414,3 mil toneladas (safra 2020/2021), 20,12% a menos que o reportado no período anterior. Os principais destinos do cereal norte-americano foram Taiwan (89,3 mil toneladas) e Iêmen (80 mil toneladas). Em relação à safra 2021/2022, a comercialização do grão atingiu 75 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.