ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

30/Jun/2020

Preços do trigo segue firmes no mercado interno

Os trabalhos de campo da nova safra de trigo seguem avançando, com o clima na Região Sul do País favorecendo o crescimento e o desenvolvimento da cultura. Neste ritmo, estimativas indicam aumentos na área, no rendimento e, consequentemente, na produção. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), o semeio de trigo no Paraná chegou a 89% da área estimada. Das lavouras implantadas, 84% estão em desenvolvimento vegetativo, 10%, em germinação e 6%, em floração. Do total plantado, 88% apresentam boas condições, 10% têm condições médias e 2%, ruins. As estimativas de produção foram elevadas para 3,672 milhões de toneladas, contra 3,537 milhões de toneladas no relatório anterior. Sobre a temporada passada, se os dados se confirmarem, o acréscimo na oferta seria de expressivos 71,5%. A área plantada no Paraná deve ser de 1,13 milhão de hectares, ante 970,8 mil ha em 2019, ou seja, crescimento de 16,4%.

A oferta só se confirmará se o rendimento chegar a 3,25 toneladas por hectare, contra 2,21 toneladas por hectare em 2019, ou seja, caso aumente 47,4%. Segundo a Emater-RS, até o dia 25 de junho o, o semeio de trigo no Rio Grande do Sul havia atingido 74% da área prevista para 2020. As condições e as previsões climáticas favoráveis nas regiões de cultivo estão contribuindo para a implantação da cultura. Na região Soledade, o trigo apresenta bons crescimento e desenvolvimento, favorecidos pelo clima. Na regional de Ijuí, foi confirmada a ampliação das áreas cultivadas, e as lavouras estão em excelente qualidade. Com o andamento positivo na Região Sul do País, as negociações de trigo (referentes à próxima safra) avançam no mercado interno. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 9,5% da produção prevista para o Paraná está comprometida. Até maio, o percentual era de 5,7%. Destaca-se que, até então, o Estado nunca havia registrado volume tão alto já negociado antecipadamente.

Assim, os preços do trigo seguem em alta na maioria das regiões, sustentados pela baixa oferta doméstica e também pela valorização do dólar frente ao Real. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 1,36% no Rio Grande do Sul, mas recuo de 0,28% no Paraná. No mercado de lotes (negociação entre empresas), os aumentos são de 0,67% no Rio Grande do Sul, de 0,45% em São Paulo e de 0,32% no Paraná; já em Santa Catarina, os valores apresentam queda de 0,22%. Mesmo com o dólar em alta, a média diária das importações cresceu. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de junho, as compras externas de trigo apresentavam média diária de 23,1 mil toneladas, contra 22,1 mil no mesmo mês de 2019. Quanto aos preços de importação, estão na casa de US$ 230,30 por tonelada FOB origem, 2,2% abaixo dos registrados no mesmo período do ano passado (US$ 235,50 por tonelada).

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis, a US$ 242,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra desvalorização de 1,5% nos últimos sete dias, a US$ 4,74 por bushel (US$ 174,17 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta recuo de 1,6%, a US$ 4,21 por bushel (US$ 154,78 por tonelada) no mesmo comparativo. A pressão vem das vendas de contratos por parte de agentes, que temem quedas no relatório trimestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado nesta terça-feira (30/06). Conforme o USDA, na semana encerrada em 11 de junho, as exportações norte-americanas somaram 518,7 mil toneladas (safra 2019/2020), 2,75% a mais que o reportado no período anterior. Os principais destinos do cereal norte-americano foram o Japão (88 mil toneladas) e a Nigéria (83,1 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.