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19/Jun/2020

Aumento da cota de importação de trigo sem TEC

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), a decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de aprovar cota adicional de 450 mil toneladas para importação de trigo sem Tarifa Externa Comum (TEC) de 10% atende a pedido dos moinhos. O setor esperava a medida porque o pedido de maior volume com isenção da TEC partiu da indústria, a fim de atender a demanda interna de moagem. O Brasil costuma comprar trigo do Mercosul, isento da taxa, mas a oferta da região diminuiu nesta safra. A cota adicional poderá ser utilizada até 17 de novembro deste ano, caso 85% do volume de 750 mil toneladas por ano permitidas atualmente seja preenchido. Ainda é incerta a oferta de trigo da Argentina para a próxima safra. Grande parte (85%) das necessidades brasileiras de trigo é atendida pela Argentina.

Os moinhos precisavam saber que o fornecimento até o fim do ano estará garantido. A expectativa é de que o acesso a outras alternativas de abastecimento diminua o custo do cereal, que aumentou cerca de 30% desde o início do ano. Sobre o gatilho de preenchimento ao qual a cota adicional está vinculada, a indústria não terá dificuldades de preencher o volume exigido. Desde maio, os moinhos vêm fazendo compras expressivas de países de fora do Mercosul e utilizando a cota. Em julho, o percentual deve ser atingido. A maior parte do volume da cota deve ser utilizada por moinhos das regiões Norte e Nordeste, em virtude da proximidade com os países do Hemisfério Norte, que devem ser os fornecedores, e, consequentemente, menor custo logístico para aquisição do cereal. Quanto à procedência do cereal, o trigo norte-americano pode não predominar entre as origens, em virtude da aproximação da indústria com países como Rússia e Lituânia.

A origem vai depender das condições de mercado, como preço, entrega e qualidade. Inicialmente, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) havia pedido ao governo federal isenção da tarifa para todo volume importado até o fim do ano. A isenção total, contudo, foi descartada pela Camex. Sobre o trigo comprado de países que não pertencem ao bloco incide TEC de 10% e taxas da Marinha Mercante. Atualmente, o Brasil importa cerca de 60% (entre 5 milhões e 6 milhões de toneladas) do trigo necessário para moagem nacional. Apesar do pedido dos moinhos brasileiros, o Mercosul continua sendo a principal origem de trigo importado pelo País. No acumulado do ano, até maio, o Brasil adquiriu apenas 115,6 mil toneladas de cereal de países de fora do bloco. No ano passado, a importação de trigo de fora do bloco somou 647,5 mil toneladas, 9,8% do total adquirido pelo País no exterior, de 6,575 milhões de toneladas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.