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09/Jun/2020

Tendências distintas para movimentos dos preços

Os preços do trigo seguem em alta na maioria das regiões, sustentados pela baixa oferta doméstica. Em algumas regiões, no entanto, os valores apresentam queda, pressionados pela desvalorização do dólar frente ao Real, o que permitiu que demandantes importassem o trigo a valores menores. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado balcão (valor pago ao produtor) registram recuo de 2,2% no Paraná, mas avanço de 1,7% em Santa Catarina e 0,4% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociação entre empresas), as quedas nos preços são de 1,1% no Paraná e de 0,9% em São Paulo. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os aumentos são de 1,7% e de 1,2%, respectivamente. No Paraná, na região de Ponta Grossa, já está faltando o grão no mercado. Diante disso, a recente desvalorização do dólar frente ao Real deu certo alívio aos demandantes.

A moeda norte-americana voltou a operar abaixo de R$ 5,00, fechando a R$ 4,96 no dia 5 de junho. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em maio, as importações brasileiras de trigo em grão somaram 466,8 mil toneladas, volume 37,5% menor que em abril/2020, mas 13,3% superior ao de maio/2019. Do total importado pelo Brasil em maio/2020, 81,5% vieram da Argentina, 12,7%, dos Estados Unidos e 2,2%, do Paraguai. O preço médio da importação, por sua vez, ficou em US$ 223,19 por tonelada, 3,9% acima do preço de abril/2020, porém, 5,5% inferior ao de maio/2019. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), o semeio de trigo no Paraná chegou a 75% da área estimada. Destaca-se que 69% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 30%, em germinação e 1%, em floração. Quanto às condições, 77% apresentam boa qualidade, 19% têm condições médias e 4%, ruins.

Segundo a Emater-RS, o plantio de trigo 2020 no Rio Grande do Sul começou nas regiões de Bagé, Ijuí, Frederico Westphalen, Santa Maria, Santa Rosa e Soledade. O tempo tem favorecido as atividades neste começo de junho. Estima-se crescimento de 15% na área de cultivo nesta safra. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 242,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra desvalorização de 1,1% nos últimos sete dias, a US$ 5,15 por bushel (US$ 189,32 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta recuo de 2% no período, a US$ 4,61 por bushel (US$ 169,48 por tonelada) no mesmo comparativo. A queda está atrelada às boas condições das lavouras de primavera nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 80% da safra apresenta condição boa ou excelente. Na semana encerrada no dia 28 de maio, as exportações norte-americanas somaram 179,5 mil toneladas (safra 2019/2020), já descontados os cancelamentos. Este volume é 14% menor que o da semana anterior. Os principais destinos do cereal norte-americano foram Equador (194,7 mil toneladas) e China (74 mil toneladas). Em relação à temporada 2020/2021, foram comercializadas 437,3 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.