ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/Jun/2020

Argentina: preço deve recuar nos próximos meses

Os preços do trigo argentino devem cair ao longo deste ano, após forte valorização do cereal entre dezembro de 2019 e fevereiro último. A Argentina se beneficiou fortemente da quebra de safra na Austrália, seu concorrente neste mercado, exportando para países que anteriormente adquiriam o grão do país da Oceania. A Indonésia, por exemplo, comprou muito trigo da Argentina. Entretanto, com a perspectiva de aumento na colheita de trigo da Austrália, cujo plantio deve se iniciar em breve, de cerca de 15,2 milhões de toneladas na safra 2019/2020 para pelo menos 24 milhões de toneladas em 2020/2021, a Argentina deve perder espaço no mercado global.

Provavelmente, a Argentina deve ter dificuldade na safra 2020/2021 nos mercados em que teve facilidade no ano passado. Esse cenário funcionará como um fator baixista no mercado global e para o trigo argentino. Outro fator baixista é a disposição de o produtor da Argentina aumentar a área plantada e, consequentemente, a produção. A perspectiva de safra em 2020/2021 é de 21 milhões de toneladas, ante 19,5 milhões de toneladas em 2019/2020. O trigo deve continuar a ser cultivado no país, mesmo com as imposições governamentais (as retenciones, imposto sobre exportação de commodities agrícolas). O produtor argentino ainda enxerga o trigo, juntamente com a soja, como uma cultura rentável e isso deve ser um fator para ele continuar a plantar.

Porém, o aumento do custo ao produtor por causa do câmbio desfavorável, já que a maior parte dos insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos, é cotada em dólar, pode fazer com que ele ou reduza a área plantada ou aplique menos tecnologia na lavoura. O produtor pode diminuir a área ou plantar com menos tecnologia. Ao optar por utilizar menos tecnologia, deve haver uma piora significativa na safra da Argentina que virá para o Brasil a partir de novembro/dezembro deste ano. A Argentina é o principal exportador do grão para o Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.