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02/Jun/2020

Tendência é de preços firmes com a oferta restrita

O clima favorece o cultivo da nova safra de trigo, que segue avançando na Região Sul do País. Choveu em importantes regiões produtoras do Brasil, melhorando a umidade do solo, o que deve fazer com que este início de junho seja marcado pela intensificação dos trabalhos no campo. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), no Paraná, o semeio de trigo atingiu 63% da área estimada, incremento de 16% em relação à última semana. Destaca-se que 55% das lavouras estão em germinação e 45%, em desenvolvimento vegetativo. Em relação às condições, 71% apresentam boa qualidade, 24% têm condições médias e 5%, ruins.

Diante disso, estimativas já passam a indicar produção elevada. A previsão foi reajustada positivamente e deve atingir 3,537 milhões de toneladas, expressivo aumento de 65% frente à de 2019. A projeção de área plantada é de 1,09 milhão de hectares, com rendimento médio de 3.244 quilos por hectare. Para o Rio Grande do Sul, as boas previsões climáticas para o período da safra e as perspectivas de preço remunerador estão animando os produtores. Segundo a Emater-RS, em Tupanciretã, um dos principais municípios produtores da região, estima-se incremento de até 30% na área com a cultura.

Enquanto isso, a escassez de trigo no mercado nacional e a demanda aquecida mantêm firmes as importações do cereal. Segundo os resultados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de maio, as importações de trigo apresentavam média diária de 20,1 mil toneladas, contra 18,4 mil toneladas em maio de 2019. Os preços de importação estão em US$ 221,80 por tonelada, FOB origem, 6,1% abaixo dos registrados no mesmo período do ano passado. O mercado doméstico segue operando com volume restrito e valores firmes. Nos últimos sete dias, os preços no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 2,5% no Paraná, 1,3% em Santa Catarina e 0,1% no Rio Grande do Sul.

No mercado de lotes (negociação entre empresas), os avanços são de 3,1% no Rio Grande do Sul, de 1,5% em Santa Catarina, de 0,8% no Paraná e de 0,1% em São Paulo. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires permanecem a US$ 240,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2020 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra avanço de 2,4% nos últimos sete dias, a US$ 5,20 por bushel (US$ 191,34 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta valorização de 5,8% no mesmo comparativo, a US$ 4,70 por bushel (US$ 172,88 por tonelada).

A previsão de clima mais seco no Sul das Grandes Planícies dos Estados Unidos e o aumento das exportações de trigo norte-americano deram suporte aos preços. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações norte-americanas na semana passada somaram 209.800 mil toneladas (da safra 2019/2020), alta de 19% se comparadas às da semana anterior e de 23% em relação à média das quatro últimas semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram Vietnã (60 mil toneladas), Venezuela (33 mil toneladas), Japão (31,4 mil toneladas), Brasil (30 mil toneladas) e Equador (22,8 mil toneladas). Em relação à temporada 2020/2021, foram comercializadas 496,5 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.