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14/Mai/2020

Importação de trigo pelo Brasil deve ser recorde

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), a importação de trigo pelo Brasil em 2020 deve atingir recorde de 7,3 milhões de toneladas, em meio a uma revisão de dados de moagem do cereal no País que aponta para um consumo histórico do cereal neste ano. O Brasil, que está em processo de plantio do cereal em 2020, vem de uma safra em 2019 prejudicada pelo clima em muitas regiões, e o consumo de farinha de trigo e derivados está firme, com as famílias aumentando a demanda em momento de isolamento social para proteção contra o coronavírus. Essa conjuntura deverá colaborar também para consumo recorde de trigo em 2020 no País, estimado em 12,513 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entre as maiores empresas do setor estão Bunge, M. Dias Branco e J. Macêdo. O Brasil, um dos maiores importadores globais do cereal, ainda realizou importações mensais recordes em abril, com a maior parte vindo da Argentina. Abril registrou a maior importação mensal de trigo que já houve.

Diante do cenário de isolamento, o consumo de trigo está aumentando com as famílias dentro de casa, optando por consumir mais pães e macarrão. Os estoques finais neste ano estarão em mínimas históricas, apesar das grandes compras externas. Dados do governo apontam desembarques 747,8 mil toneladas no mês passado (sendo 700 mil da Argentina), ante 619 mil toneladas no mesmo período de 2019. Uma revisão dos números de moagem pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) foi repassada à Conab, que assim alterou seus dados no balanço de oferta e demanda divulgado na terça-feira (12/05). O dado de importação de trigo pelo Brasil em 2019 foi revisado para 7,2 milhões de toneladas, ante 7 milhões de toneladas da projeção de abril. Com as revisões, que remontam dados desde 2018, o consumo de trigo pela indústria no Brasil em 2020 foi estimado em recorde de 12,2 milhões de toneladas, sendo que 300 mil toneladas serão destinadas a sementes.

Para 2018, por exemplo, a Conab agora estima consumo de trigo pelos moinhos do Brasil em 12,175 milhões de toneladas, ante 10,7 milhões de toneladas anteriormente previstas para aquele ano. A revisão dos dados de moagem impactou os números de estoques das estatísticas de trigo do Brasil, deixando mais evidente que o País tem uma baixa relação de estoques/consumo. O estoque final de trigo do País em 2020 foi estimado em apenas 170 mil toneladas, o menor da história, ante 468,5 mil toneladas na previsão de abril. Neste contexto, as importações brasileiras no primeiro quadrimestre cresceram para 2,58 milhões de toneladas, ante 2,5 milhões de toneladas no mesmo período de 2019, isso em um período em que o dólar renovou máximas históricas frente ao Real, aumentando os custos e elevando os preços do cereal no Brasil.

A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) havia informado anteriormente que estava repassando custos. As cotações recordes do trigo no Brasil devem, por outro lado, ser um estímulo para o País plantar mais este ano, e há possibilidade de a colheita superar a projeção atual da Conab, de 5,4 milhões de toneladas, se o clima colaborar. Ainda assim, as projeções de importação devem ser manter elevadas, já que os estoques estão historicamente baixos. Pode ter ajuste, se a safra for maior que essa, se for igual a 2016 (de 6,7 milhões de toneladas), a importação não chega a 7,3 milhões de toneladas, mas se for uma safra normal, 7,3 milhões de toneladas é o mínimo. Do total importado pelo Brasil, a Argentina forneceu quase 2,4 milhões de toneladas de janeiro a abril, com Estados Unidos, Paraguai e Uruguai completando as cargas. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.