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12/Mai/2020

Tendência de preço firme com baixa oferta interna

Diante da baixa disponibilidade de trigo no mercado brasileiro, as importações ganharam força nos últimos dois meses, mesmo com o dólar elevado e, portanto, encareceram as compras externas. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações brasileiras de trigo em grão somaram 748,2 mil toneladas em abril, volume 13,4% superior ao de março/2020 e 20,9% acima do de abril/2019. Foi, também, a maior quantidade desde julho/2018. Do total importado pelo Brasil em abril, 94,3% vieram da Argentina e 4%, do Uruguai. O restante (1,7%) foi adquirido do Paraguai. Entre agosto/2019 e abril/2020, o volume importado soma 5,26 milhões de toneladas, mas ainda está abaixo do mesmo período da safra anterior, de 5,37 milhões de toneladas (entre agosto/2018 e abril/2019). O preço médio da importação, por sua vez, ficou em linha com o de março/2020, a US$ 214,55 por tonelada, e ainda 10,4% inferior ao de abril/2019.

Entretanto, ao se considerar a taxa de câmbio, que, em abril, atingiu recorde nominal, tendo média de R$ 5,33, os preços de abril/2020 em Reais estiveram 8,7% acima dos de março/2020 e 22,5% superior ao de abril/2019. Agora, ao se deflacionar os preços em Reais (pelo IGP-DI) do trigo importado, os atuais são os mais elevados desde outubro de 2018. Quanto ao mercado nacional, dados da Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que, no Paraná, o semeio da nova safra chegou a 17% da área estimada, que é de 1,079 milhão de hectares. Destaca-se que 75% das lavouras estão em germinação e 25%, em desenvolvimento vegetativo. Em relação às condições, 67% apresentam boa qualidade e 33%, médias. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), os preços registram alta de 1,79% no Rio Grande do Sul, 0,6% no Paraná e 0,5% em Santa Catarina.

No mercado de lotes (negociação entre empresas), os valores apresentam avanço de 3,5% em Santa Catarina, 2,3% Rio Grande do Sul, 2,2% no Paraná e 1,8% em São Paulo. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 1,7% nos últimos sete dias, a US$ 242,00 por tonelada. Na Argentina, principal fornecedor de trigo ao trigo ao Brasil, segundo o relatório disponibilizado pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, área semeada foi de 6,6 milhões de hectares para a safra de 2019/2020, 6,5% maior em comparação à safra anterior (6,2 milhões de hectares). Para a temporada 2020/2021, além do aumento da área semeada em 1,5%, estima-se produção recorde, de 24,75 milhões de toneladas, contra 18,8 milhões de toneladas na safra anterior. Nos Estados Unidos, o contrato de vencimento Maio/2019 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago registra alta de 1,5% nos últimos sete dias, a US$ 5,29 por bushel (US$ 194,56 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, para o contrato de mesmo vencimento, o trigo Hard Winter apresenta avanço de 4,6%, a US$ 5,40 por bushel (US$ 185,19 por tonelada). O aumento está vinculado ao enfraquecimento do dólar no mercado internacional e à maior atratividade do trigo russo, um dos principais concorrentes no mercado de exportação. Conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na última semana de abril, o país norte-americano registrou vendas de 244,8 mil toneladas de trigo da safra 2019/2020, 48% inferior ao do período anterior e 15% abaixo da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram as Filipinas (68,9 mil toneladas) e o Vietnã (66,3 mil toneladas). Em relação à temporada 2020/2021, foram comercializadas 135,3 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.