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05/Mai/2020

Tendência de alta com as ofertas limitadas de trigo

Os preços de trigo e derivados permanecem em alta no mercado interno, sustentados pela baixa oferta. As importações, por sua vez, estão encarecidas por conta do dólar elevado. Nesse cenário, os demandantes de trigo têm pressionado o governo brasileiro, para que este facilite a entrada de cereal no País, especialmente o da Argentina. Para aliviar os custos, muitos reivindicam diminuição permanente das taxas de importação do cereal da Argentina. Atualmente, vale lembrar, está em vigor a cota que isenta o pagamento da TEC (Tarifa Externa Comum) de 750 mil toneladas do trigo de fora do Mercosul, mas deve expirar em maio. Até a semana passada, o Brasil havia importado 546,6 mil toneladas de trigo, com a média diária sendo 15,95% superior à de abril/2019. O fato interessante é que o preço médio em dólar estava 10,9% inferior ao do preço de abril/2019. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a área da temporada 2019/2020 no Paraná deve crescer 5%, indo para 1,02 milhão de hectares.

Caso o clima seja favorável, a oferta pode ser 63% maior que a do ano anterior, somando 3,49 milhões de toneladas. Vale lembrar, no entanto, que a safra 2018/2019 foi desfavorecida pelo clima. Em relação aos preços, no mercado disponível do Paraná, o cereal é comercializado com média de R$ 1.217,33 por tonelada, em Santa Catarina, de R$ 1.103,09 por tonelada, no Rio Grande do Sul, de R$ 1.064,78 por tonelada, e em São Paulo, de R$ 1.219,27 por tonelada. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), os preços registram alta de 2,77% no Rio Grande do Sul, 1,8% no Paraná e 1,4% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociação entre empresas), os valores apresentam expressivo avanço de 8,4% em Santa Catarina, 4,2% Rio Grande do Sul, 4,1% no Paraná e 2,4% em São Paulo. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram queda de 2,5% nos últimos sete dias, a US$ 238,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o contrato de vencimento Maio/2019 do Soft Red Winter apresenta recuo de 1%, a US$ 5,21 por bushel (US$ 191,62 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, para o contrato de mesmo vencimento, o trigo Hard Winter apresenta desvalorização de 1,5%, a US$ 4,82 por bushel (US$ 177,10 por tonelada). Esta queda está atrelada ao aumento da colheita na Europa e na região do Mar Negro, uma vez que as chuvas favoreceram as plantações e fomentaram a pressão entre os exportadores do cereal. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações norte-americanas na semana passada somaram 467,4 mil toneladas de trigo (da safra 2019/2020), forte alta de 91% em relação às da semana anterior e acima da média das últimas quatro semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram Taiwan (150 mil toneladas) e Filipinas (110,2 mil toneladas). Em relação à temporada 2020/2021, foram comercializadas 155,1 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.