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28/Abr/2020

Tendência de alta reduzindo a margem de moinhos

Os valores do trigo em grão e dos derivados seguem em alta no mercado interno, sustentados pela maior paridade de importação e pela aquecida demanda. As elevações nos preços do grão, no entanto, ocorrem em maior intensidade do que as verificadas aos derivados negociados no atacado. Tomando-se como referências o mercado disponível das regiões de Ijuí (RS) e do oeste e norte do Paraná, a diferença entre os preços do trigo em grão e dos derivados tem diminuído nas últimas semanas, o que indica que as margens das indústrias se reduziram. Para a farinha de pré-mistura, a relação cedeu 4,3% entre março e a parcial de abril; a da farinha para panificação caiu 7,3%; para massas frescas, 5,7%; e para massas em geral, 5,2%. Esta tendência também foi observada para outros tipos de farinhas. No geral, entre março e a parcial de abril, as farinhas citadas apresentaram alta nos preços, de 4,3%, mas os valores da matéria-prima (o trigo em grão) subiram ainda mais, quase 11%.

Quanto consideradas as médias de abril de 2019 e as do mês atual, verifica-se que, enquanto os valores do trigo em grão nas regiões do Rio Grande do Sul e do Paraná estão quase 29% maiores (em termos nominais), os dos derivados apresentam alta de apenas 7%. Com isso, as relações de preços nesse período anual cederam, em média, 17%. Interessante que, mesmo com o dólar em alta, as importações brasileiras seguem firmes, visando repor os estoques das indústrias processadoras. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de abril, haviam sido importadas 461,3 mil toneladas de trigo. A média diária de importação atual está 30,5% acima da registrada em abril de 2019. No mercado interno, com restrição de produto, os preços seguem firmes. No Paraná, no mercado disponível, o cereal é comercializado na média de R$ 1.222,00 por tonelada, em Santa Catarina, de R$ 1.064,00 por tonelada, e no Rio Grande do Sul, de R$ 1039,04 por tonelada. Em São Paulo, o trigo registra média de R$ 1.176,00 por tonelada.

Nos últimos sete dias, no mercado de lotes (negociação entre empresas), os preços apresentam avanço de 4,4% no Paraná, 4,2% em Santa Catarina e 1,5% no Rio Grande do Sul. Em São Paulo, há queda de 2,5%, devido às medidas de paralisação adotadas pelo governo do Estado, que tem dificultado a comercialização. No mercado de balcão (valor pago ao produtor), os valores registram valorização de 2,8% no Paraná, 2,08% no Rio Grande do Sul e 0,4% em Santa Catarina. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 244,00 por tonelada. entre 17 e 24 de abril. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, em relatório divulgado no dia 23 de abril, a safra 2020/2021 deve ter aumento de 1,5% na área semeada, o equivalente a 6,7 milhões de hectares. Destaca-se, também, que a área semeada será 19,6% maior que a média dos últimos cinco anos. A previsão do tempo para os próximos dias deve favorecer a janela de plantio de trigo na Argentina.

Nos Estados Unidos, o contrato de vencimento Maio/2020 do Soft Red Winter negociado na CME Group registra recuo de 1,3% nos últimos sete dias, a US$ 5,26 por bushel (US$ 193,55 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, para o contrato de mesmo vencimento, o trigo Hard Winter também apresenta queda de 0,8%, a US$ 4,74 por bushel (US$ 174,44 por tonelada). Esta queda está atrelada ao bom desenvolvimento das lavouras norte-americanas. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações norte-americanas registraram aumento de 37% entre a semana passada e a anterior, somando 244,7 toneladas da safra 2019/2020. Mesmo com este aumento, o volume permaneceu 22% menor que a média das últimas quatro semanas. Quanto à safra 2020/2021, foram comercializadas 155,2 toneladas, sendo que a Tailândia e o Japão foram os principais compradores. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.