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17/Abr/2020

Derivados de trigo: faturamento cresceu em 2019

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), a indústria de biscoitos, massas, pães e bolos faturou R$ 36,7 bilhões em 2019, crescimento de 3,5% ante 2018. O volume comercializado ficou estável no comparativo anual, a 3,33 milhões de toneladas. Os segmentos de biscoitos, massas e pães são os principais consumidores do trigo nacional. No balanço anual do setor, é destaque a valorização do dólar ante o Real, o atraso nas reformas federais e a instabilidade política, que que prejudicaram a recuperação da economia, o que contribui para o consumo de produtos de menor valor agregado. Este cenário não favoreceu o poder de compra das famílias, refletindo no panorama específico do nosso setor. A indústria de biscoitos atingiu R$ 18,7 bilhões em receita e 1,47 milhão de toneladas de produtos vendidos, aumento de 1,7% e retração de 1,08%, respectivamente.

Os biscoitos mais vendidos em 2019 foram os recheados (363 mil toneladas), água e sal/cream cracker (312 mil toneladas) e secos/doces especiais (209 mil toneladas). Ressalta-se o desempenho do segmento de rosquinhas, de menor patamar de preços, que cresceu 6,5% em volume e 4,7% em faturamento, impulsionado por vendas de embalagens tamanho família. O setor de massas alimentícias registrou aumento de 6,6% em faturamento e 1,04% quanto em volume de vendas, quando comparados com 2018, atingindo R$ 9,7 bilhões e 1,2 milhão de toneladas, respectivamente. O crescimento foi impulsionado principalmente pela categoria de massas instantâneas, que faturou R$ 2,6 bilhões e vendeu 168 mil toneladas, devido ao baixo preço unitário. Contudo, as massas secas ainda foram as mais consumidas com 959 mil toneladas comercializadas e receita de R$ 4,9 bilhões. As vendas dos tipos comuns aumentaram 11%, com um crescimento expressivo de 17,7% em faturamento totalizando cerca de 1 bilhão.

A indústria de pães movimentou R$ 7,0 bilhões no ano passado, alta de 4,5% ante o ano anterior, e comercializou 537 mil toneladas, avanço de 3,4% na mesma base comparativa. O mercado de bolos industrializados atingiu R$ 1,1 bilhão em receita, 1,5% a mais que o ano anterior, com volume de vendas de 43 mil toneladas. Estas categorias ganham espaço no mercado devido à praticidade e maior vida útil. A expectativa é de que o isolamento social no Brasil em tempos de pandemia do coronavírus deve fazer com que as vendas do setor de biscoitos, massas, pães e bolos fechem o período de fevereiro a abril com alta de cerca de 15%. As pessoas estão optando por produtos com maior praticidade e um bom custo benefício. O ritmo de vendas, porém, deve se desacelerar. Para o fim de 2020, a estimativa é de resultados 3% a 5% superiores aos de 2019. O que já será um ótimo resultado. O setor terá de realizar reajuste no preço dos produtos em virtude da atual escalada do dólar e do fato de a matéria-prima do setor ser importada.

O incremento médio deve ser de 12% e deve começar a ser repassado pelos fabricantes aos consumidores ainda neste mês, de forma gradual. Não há espaço para elevar os preços de uma só vez ao consumidor final. As indústrias estão com estoque e trigo e farinha de trigo suficiente para dois a três meses de uso. Em balanço anual, a entidade explica que o atual patamar da moeda tem como reflexo o aumento do custo da cesta do setor, em virtude da alta do custo da farinha de trigo. O dólar era R$ 4,00 em janeiro e passou para R$ 5,25, uma valorização de 31%. Das 11 milhões de toneladas de trigo consumidas por ano no Brasil, cerca da metade vem principalmente da Argentina, este ano com 30% de aumento, em média. No segmento de massas, a farinha representa, em média, 70% do custo, enquanto no mercado de biscoitos responde por 30% e em pães e bolos industrializados perfaz 60% do custo da indústria. Sendo assim, qualquer variação no preço do trigo tem impacto direto para os fabricantes. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.