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07/Abr/2020

Tendência de alta do trigo com o dólar e demanda

Os preços do trigo estão em movimento de alta desde outubro do ano passado, influenciados pelo dólar elevado, por dificuldades na importação e, mais recentemente, pela firme demanda interna. Com isso, há expectativa de que os produtores dediquem neste ano uma área maior que a de 2019 para a triticultura, na expectativa de boa rentabilidade. Ao mesmo tempo, os moinhos estão em busca de alternativas para importação, no intuito de amenizar o impacto doméstico da menor disponibilidade. Os preços do trigo recebidos pelos produtores (mercado de balcão) iniciaram o mês de abril (média de três dias úteis) entre 7% e 23% maiores que a média de abril/2019, considerando-se as diferentes regiões produtoras do Sul e de São Paulo. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços estão entre 16% e 30% maiores na mesma comparação. Especificamente nos últimos sete dias, os preços do cereal no mercado de balcão registram alta de 1,8% no Paraná, de 0,1% em Santa Catarina e de 0,55% no Rio Grande do Sul.

No mercado de lotes, os aumentos são de 1,8% no Paraná, de 1,1% no Rio Grande do Sul e de 0,8% em São Paulo. Esse cenário mostra que o mercado doméstico se mostra atrativo aos produtores (mesmo com as cotações do cereal não tendo absorvido todo o aumento observado no disponível). Estimativas já indicam crescimento na área com o cereal. Conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) divulgados no dia 23 de março, a área da nova safra no Paraná deve totalizar 1,08 milhão de hectares, 4,7% a mais que na temporada passada (2018/2019). A produtividade pode crescer 32%, a 3,24 toneladas por hectare, resultando em produção de 3,4 milhões de toneladas, com forte alta de 39% em relação à temporada anterior. Apesar da possível maior área, os moinhos precisam buscar outras fontes de importação alternativas de matéria-prima a custos menores, a fim de sustentar a aquecida procura pelas farinhas e derivados do cereal. Neste cenário, moinhos solicitaram a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação do trigo argentino durante a pandemia.

Caso aprovada, esta medida permitirá que os moinhos comprem até 750 mil toneladas de fora do Mercosul, sem a tarifa, segundo informações da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, o preço FOB registra avanço de 0,8% nos últimos sete dias. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou que foram vendidas 72,9 mil toneladas de trigo da safra 2019/2020, o menor volume do ano comercial. Vale lembrar que o aumento expressivo do dólar torna o trigo norte-americano menos atrativo. Nesse cenário, o contrato Maio/2020 do trigo Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago registra recuo de 3,9% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,49 por bushel (US$ 201,81 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta recuo de 3%, a US$ 4,72 por bushel (US$ 173,43 por tonelada). Os preços voltaram a perder sustentação depois de algumas semanas e esta queda também está atrelada às medidas protecionistas que os países estão tomando para frear os avanços do coronavírus. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.