ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

07/Abr/2020

Indústrias pedem isenção na tarifa de importação

A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) pediu ao governo federal a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) sobre o trigo importado de fora do Mercosul até o fim deste ano. Essa é uma sugestão para baratear o custo do trigo importado e, assim, evitar o repasse integral da alta da matéria-prima para o preço dos derivados. A entidade estima que o preço do trigo tenha aumentado 30% desde o início deste ano e calcula desvalorização de 30% do Real ante o dólar no mesmo período. O custo aumentou por duas fontes. Algum tipo de repasse para o preço dos alimentos terá de ser feito, por isso o setor busca formas fazê-lo de forma parcial. O pedido foi encaminhado ao Ministério da Agricultura, ao Ministério da Economia e à Câmara de Comércio Exterior (Camex) e está em análise pelas três pastas.

A medida é necessária neste momento em virtude do atual patamar do dólar e da falta de disponibilidade de cereal argentino. Não há dificuldade de fornecimento de trigo, pois o volume em falta na Argentina será suprido pelo mercado internacional. A preocupação é com o custo desse cereal a ser comprado, com a recente quebra de safra do país vizinho. Atualmente, o Brasil importa cerca de 60% (entre 5 milhões a 6 milhões de toneladas) do trigo necessário para moagem nacional. Deste volume, aproximadamente 85% provém da Argentina, sobre o qual não incide a TEC, de 10%. No ano passado, o Ministério da Agricultura liberou à indústria moageira uma cota anual de 750 mil toneladas de importação do cereal de países de fora do Mercosul com isenção da taxa. Na análise da indústria, a cota não é suficiente para o atual momento.

A estimativa é de que serão necessários mais 2 milhões de toneladas do cereal até o fim deste ano. Em decorrência da entressafra nacional, a importação deve se acentuar nos meses de abril, maio e junho, período em que o consumo de pães, massas e bolos tende a aumentar. Por isso, a setor pede que o governo estenda a cota já adotada até o fim do ano para permitir que empresa que ainda não utilizaram sua parcela possam utilizá-la neste momento. A cota entrou em vigor em novembro de 2019 e vale para importações feitas até 31 de maio. Outro pedido enviado pela indústria ao governo federal é o da flexibilização quanto às regras fitossanitárias para importação do cereal da Rússia, maior exportador mundial de trigo. A entidade afirmou que considera que a medida poderia ampliar a gama de fornecedores aptos a comercializar para o Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.