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10/Mar/2020

Tendência de preço firme com dólar e oferta restrita

Mesmo com a baixa oferta doméstica, as importações de trigo recuaram em fevereiro, devido à expressiva valorização do dólar frente ao Real e aos preços mais firmes na Argentina, que, vale lembrar, é a principal fornecedora do cereal ao Brasil. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em fevereiro, as importações de trigo em grão somaram 526,1 mil toneladas, volume 18,8% inferior ao de janeiro/2020 e 13,2% menor que o de fevereiro/2019. Do total, 87,6% tiveram como origem a Argentina, 6,9%, os Estados Unidos, e 4,7%, o Paraguai. O preço médio do trigo importado foi de R$ 881,99 por tonelada FOB, considerando-se o dólar a R$ 4,35 em fevereiro. Na parcial da atual temporada (de agosto/2019 a fevereiro/2020), as importações de trigo somam 3,9 milhões de toneladas, contra 4,1 milhões registrados na safra anterior (agosto/2018 a fevereiro/2019). Para as farinhas, as aquisições no mercado internacional em fevereiro foram 11,5% inferiores às de janeiro, mas 11,6% maiores que as de fevereiro do ano passado, totalizando 28,2 mil toneladas.

As exportações de trigo em grão, por sua vez, totalizaram 106,7 mil toneladas em fevereiro, 11,3% a menos que em janeiro/2020, mas 23,4% acima das de fevereiro/2019. Os principais destinos do trigo brasileiro foram a Arábia Saudita e o Vietnã, que receberam 58,5% e 41,5%, respectivamente, de todo o volume enviado ao exterior. Entre agosto/2019 e fevereiro/2020, as exportações somaram 279,5 mil toneladas, contra 461,7 mil toneladas entre agosto/2018 e fevereiro/2019. No caso das farinhas, as vendas externas ficaram 4,1% acima das de janeiro, mas 6,9% abaixo das de fevereiro/2019. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 24 a 28 de fevereiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 239,22 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,46, o cereal importado era negociado a R$ 1.068,60 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro no Paraná teve média de R$ 993,70 por tonelada.

Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 219,11 por tonelada de 24 a 28 de fevereiro, o equivalente a R$ 978,76 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 861,78 por tonelada no Estado no mesmo período. Na primeira semana de março, especificamente, houve ofertas de trigo argentino entre R$ 1.150,00 e R$ 1.170,00 por tonelada. Nesse cenário de baixa oferta interna e de dólar elevado, os preços domésticos do trigo seguem firmes no Brasil. Nos últimos sete dias, os preços do cereal no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta expressiva de 4,3% no Paraná e de 0,61% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os aumentos são de significativos 4,3% no Paraná, de 3,7% em São Paulo, de 1,9% no Rio Grande do Sul e de 1,8% em Santa Catarina. Os compradores apontam ainda ter trigo armazenado, mas demonstram necessidade de novas aquisições para a manutenção do estoque até o início da próxima safra. Entretanto, encontram vendedores retraídos, sendo que, os poucos ativos estão firmes em suas ofertas.

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, o preço FOB se mantém estável nos últimos sete dias, a US$ 245,00 por tonelada. Segundo a Bolsa de Rosário, apesar da baixa comercialização na última semana, as exportações e a moagem avançaram. Em fevereiro, os embarques de trigo argentino foram 27% superiores aos de fevereiro/2019. A moagem, por sua vez, foi 14,7% maior no mesmo comparativo. Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, os futuros registram queda, pressionados por um movimento de liquidação de posições compradas e pelo avanço do dólar frente às principais moedas, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos menos atraentes para compradores estrangeiros. O vencimento Março/2020 do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago apresenta recuo de 1,5%, finalizando a US$ 5,21 por bushel (US$ 191,53 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter acumula baixa de 1,4% nos últimos sete dias, a US$ 4,39 por bushel (US$ 161,40 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.