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02/Mar/2020

Preços do trigo em alta e retração dos compradores

A efetivação de novos contratos de trigo no mercado interno está em ritmo lento. Nos últimos sete dias, a comercialização está especialmente desaquecida, em virtude do feriado prolongado de Carnaval. Somente negócios pontuais são fechados. Outro fator que está contribuindo para limitar a comercialização é a falta de acordo sobre preço entre vendedor e comprador. No Paraná, os produtores indicam R$ 1.100,00 por tonelada FOB tipo pão e os moinhos indicam R$ 1.000,00 por tonelada posta na região de Ponta Grossa. Os produtores estão focados na colheita de soja e milho, sem interesse de venda neste momento. Os moinhos alegam que não conseguem repassar o valor para o preço da farinha. Há registro de negócios entre R$ 1.020,00 e R$ 1.050,00 por tonelada a serem colocados em indústria da região de Ponta Grossa. Para entrega futura, os compradores indicam R$ 850,00 por tonelada FOB, para retirada em meados de setembro e outubro.

No Rio Grande do Sul, com a baixa liquidez do mercado, os preços estão recuando e há registro de negócios a R$ 850,00 por tonelada FOB, para pagamento e entrega na primeira quinzena de março. A indústria está com estoques alongados e à espera da chegada do frio, que estimula o consumo de derivados de farinha, para comprar novas remessas. No Estado, não é apenas o preço que atrasa o processo da negociação. Os compradores e vendedores têm discutido todas as condições que envolvem o contrato desde data definida para retirada, data certa para pagamento, responsável pela retirada, entre outros pontos. Para entrega futura, há registro de negócios entre R$ 900,00 e R$ 920,00 por tonelada FOB, para pagamento e retirada em julho e R$ 880,00 por tonelada, para retirada e pagamento em abril e maio.

A entrada de cereal importado de contratos fechados previamente, especialmente o argentino, segue normalizada. Entretanto, novos negócios não são efetuados em virtude do patamar atual do dólar próximo de R$ 4,50. A transação de novos volumes deve ser retomada no segundo semestre e a quantidade vai depender do comportamento da moeda norte-americana ante o Real. A situação está delicada para a indústria porque o moinho compra o trigo em dólar com pagamento imediato e recebe pela farinha em Reais no prazo de 90 dias. A incerteza quanto à política de exportações da Argentina também preocupa os importadores, que temem não receber o produto mesmo de contratos já cumpridos. Os exportadores que têm negócios firmados garantiram que o trigo será entregue e que não terá problema no fluxo, mas, em meio ao cenário conturbado na Argentina, a dúvida permanece. A média de preços do cereal argentino é de US$ 237,00 por tonelada no Porto de Rosário. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.