02/Mar/2020
A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) prevê dificuldades de abastecimento para os moinhos a partir de maio, com necessidade de buscar cereal nos países do Hemisfério Norte, sobre o qual incide a Tarifa Externa Comum (TEC), de 10%. A Argentina, principal fornecedor de trigo para o Brasil, já comercializou 14,3 milhões de toneladas da safra recorde de 19 milhões de toneladas que colheu em 2019, sendo 12 milhões de toneladas para exportação.
O conjunto de fatores formado pelo câmbio, preços do trigo argentino, aumento de custos logísticos e imposto de importação (TEC) projetam um cenário de fortes pressões sobre os preços da farinha de trigo no Brasil entre 15 e 20%. A Argentina, na atual temporada, está exportando mais trigo para outros países, valendo-se da abertura de novos mercados na Ásia e quebras de safra na Austrália e Rússia.
Com isso, em 60 dias o preço do cereal argentino disparou de US$ 190,00 por tonelada para US$ 240,00 por tonelada. A variação cambial teve um aumento de 9,5% nos primeiros 60 dias do ano, num patamar inimaginável em dezembro de 2019, forçando os moinhos brasileiros a reverem a política de preço, com a necessidade de repasse dos custos adicionais.
O setor está preocupado também com os efeitos da suspensão temporária de novos registros de exportação de grãos na Argentina, desde 26 de fevereiro, e do avanço do corinavírus no mundo. Se por um lado esta crise tem pressionado para baixo o preço do trigo, fatores ainda desconhecidos de barreiras de trânsito internacional de mercadorias podem vir a impactar os preços negativamente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.