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27/Fev/2020

Tendência de preços firmes para o trigo no Brasil

As cotações domésticas do trigo em grão seguem em alta, impulsionadas pela baixa oferta interna e pelo alto patamar do dólar, que eleva a paridade de importação. Outro fator que deve sustentar o valor do trigo nacional é a notícia divulgada nesta quarta-feira (26/02), de que o governo argentino vai fechar o registro de novos negócios para exportação, o que indica que haverá elevação das retenciones nos próximos dias. Segundo informações do Ministério da Agricultura da Argentina, até o dia 12 de fevereiro, estavam registrados negócios de mais de 12 milhões de toneladas de trigo da temporada 2019/2020 e 10,7 milhões de toneladas da safra 2018/2019. Em ambas as temporadas, a produção da Argentina ficou em 19 milhões de toneladas. O Brasil, vale lembrar, é o principal destino do trigo argentino. Entre julho/2019 e janeiro/2020, chegaram ao País 3,05 milhões de toneladas do cereal.

Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 1,4% no Rio Grande do Sul e 1,3% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os aumentos são de 1,7% no Paraná, de 1,3% em Santa Catarina e de 0,3% no Rio Grande do Sul. Em São Paulo, os preços permanecem estáveis. Com o dólar em patamares recordes, as aquisições no mercado interno seguem mais vantajosas que no exterior. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 10 a 14 de fevereiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 238,91 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,32, o cereal importado era negociado a R$ 1.034,19 por tonelada, ao passo que o trigo no Paraná teve média de R$ 964,77 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 218,15 por tonelada de 10 a 14 de fevereiro, o equivalente a R$ 944,33 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 850,66 por tonelada no Estado, no mesmo período.

Ressalta-se, no entanto, que parte dos compradores ainda está abastecida, seja com o produto em estoque ou via contratos a termo, fator que mantém a liquidez baixa no spot. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, o preço FOB permanece estável nos últimos sete dias, a US$ 240,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, no mesmo período, os futuros estão sendo impulsionados por estimativa reduzida na safra de trigo da Austrália, para 15,2 milhões de toneladas. Se confirmada, será a menor safra desde 2008. O vencimento Março/2020 do trigo Soft Red Winter na Bolsa de Chicago registra avanço de 1,5% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,51 por bushel (US$ 205,76 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta alta de 0,6%, a US$ 4,68 por bushel (US$ 172,14 por tonelada). Segundo dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no dia 20 de fevereiro, a área total de trigo no Estados Unidos foi estimada em 18,2 milhões de hectares, estável em relação a 2019. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.